Brasil

Manifestantes invadem desfile militar no Rio e são dispersados com gás

Os manifestantes, alguns mascarados, invadiram a Avenida Presidente Vargas, onde é realizado o desfile no centro do Rio, gritando slogans e confrontando a polícia, que já realizou várias prisões

Agência France-Presse
postado em 07/09/2013 11:33
Cinco pessoas ficaram feridas e foram levadas para o hospital, de acordo com
Rio de Janeiro - Dezenas de manifestantes invadiram neste sábado (07/09) o desfile militar pelo dia da Independência brasileira no Rio de Janeiro e foram dispersados com gás lacrimogêneo em mais um dia de convocação de protestos em todo o país, constatou a AFP. Cinco pessoas ficaram feridas e foram levadas para o hospital. Dez manifestantes foram detidos, segundo a polícia civil.

Os manifestantes, alguns mascarados, invadiram a Avenida Presidente Vargas, onde é realizado o desfile no centro do Rio, gritando slogans e confrontando a polícia, que já realizou várias prisões. As forças de segurança dispararam gases lacrimogêneos diante dos espectadores do desfile, muitos deles famílias com crianças, que correram para se proteger.

Uma agência bancária próxima ao local do desfile foi destruída pelos manifestantes. Nem o prefeito do Rio, Eduardo Paes, nem o governador do Estado, Sérgio Cabral, assistiam ao desfile, cuja duração e número de participantes foi reduzido devido aos protestos previstos.

Vários grupos convocaram manifestações de ruas através das redes sociais em cerca de 150 cidades do país, na esperança de reviver a força das revoltas sociais ocorridas em junho, quando mais de um milhão de pessoas se manifestaram em plena Copa das Confederações contra a corrupção e por melhores serviços públicos.



Em Brasília, onde a presidente Dilma Rousseff assistiu ao tradicional desfile militar, a segurança foi reforçada. Centenas de manifestantes começavam a marchar na direção do Congresso, exigindo que os políticos corruptos vão para a cadeia. "Queremos melhorias na educação, reforma política e democratização da mídia, os protestos de junho serviram para pressionar o Congresso a aprovar medidas, temos que manter isso vivo", afirmou à AFP Philip Leite, do movimento estudantil Kizamba.

Está previsto que as manifestações durem todo o dia. Em Brasília, também coincidem com uma partida amistosa da seleção brasileira contra a Austrália, no estado Mané Garrincha. Quase 4 mil policiais protegem a capital federal, onde a polícia advertiu que os manifestantes mascarados serão identificados e detidos, uma medida que já começou a entrar em vigor no Rio para impedir atos de vandalismo contra bancos, comércio e bens públicos.

A presidente Dilma disse na véspera, durante a transmissão de um pronunciamento à nação, que "a população tem todo o direito de indignar-se com o que está errado e exigir mudanças", mas pediu para que não deixem que "uma camada de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos".

Em São Paulo, uma manifestação convocada com o lema "Grito dos Excluídos" bloqueava o trânsito em parte da Avenida Paulista, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em Recife, os manifestantes começavam a se concentrar usando traje de praia, com a ideia de fazer um protestos em bicicleta, segundo o site G1. A princípio, o objetivo era fazer o protestos com todos nus, mas a polícia alertou que haveria prisões caso isso acontecesse.

Outras manifestações também são realizadas em Porto Alegre, Belo Horizonte, Cuiabá, Belém, Fortaleza e Maceió, entre outras cidades.

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