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Mesmo com incentivos, SUS já perdeu 12 mil leitos hospitalares desde 2010

Em contrapartida, a rede particular ganhou 13.438 vagas. Especialistas criticam "transferência" de responsabilidade



[SAIBAMAIS]A interpretação dos dados sobre o número de leitos também divide a opinião de especialistas na área. Para a doutora em ciência da saúde Ana Costa, que é presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), as informações denotam claramente um ;percurso na contramão da Constituição;. ;Nesses 25 anos de Constituição Federal, que criou o SUS para todos, assistimos a um crescimento paulatino do setor privado e dos mecanismos que o apoia, desde a dedução de gastos em clínicas nos impostos de cada um de nós até o próprio fomento para que os servidores públicos tenham planos de saúde;, afirma.

A redução de serviços públicos, segundo ela, não se justifica no Brasil em nenhuma hipótese. ;Se fizermos o dever de casa, é possível que daqui a 30 anos a gente necessite de menos leitos, mas agora não se pode falar isso em qualquer área;, diz Ana Costa. Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Antônio Carlos Figueiredo Nardi entende que a redução de vagas para internação no SUS não significa, necessariamente, desassistência. ;Muitos leitos que foram desativados estavam em hospitais pequenos sem resolutividade, sem estrutura, servindo apenas de passagem para o paciente, não passavam de uma hotelaria;, defende.

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