Estado de Minas
postado em 11/09/2013 11:50
Fim da linha para cinco dos sete principais membros de um grupo criminoso que se denomina Organização Terrorista do Arara (O.T.A) e era detentor do domínio do tráfico de drogas do conjunto de favelas do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Após a onda de ataques a ônibus e protestos da população no fim de 2012, em retaliação à morte de um dos moradores, a Polícia Civil começou a investigar os responsáveis por ordenar as ações e identificou os cabeças da quadrilha. São criminosos envolvidos em assassinatos, tentativas de homicídios, ameaças, lesão corporal, furto e corrupção ativa. Segundo a polícia, os suspeitos vinham promovendo o terror na localidade, andavam sempre armados e fazendo intimidações à comunidade.Os cinco suspeitos foram presos na última semana, pelas equipes da 5; Delegacia Regional e 3; DP Sul, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, na Operação Perseu. Clébio Pereira Rosa, o Clebinho, é apontado como um dos líderes do grupo; Warley de Moura Pereira, o Zóio, e Robert Costa Luiz Martins, o Papa, seriam os gerentes; Matheus Felipe Trindade da Silva, o Baratão, e Marcelo Emiliano Júnio Veloso, o Marcelo DJ, atuavam como apoio do bando.
Estão foragidos o chefão do quadrilha, Alexandre Hermínio Rosa, o Alex, primo do Clebinho; e Gustavo Rodrigues Silva, um dos colaboradores.O bando vinha sendo investigado desde novembro de 2012, quando ocorreu o ataque ao primeiro ônibus no Aglomerado da Serra. Um coletivo foi queimado após a morte do pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, morto por policiais militares do Grupo Especializado de Policiamento em Área de Risco (Gepar). Depois, mais veículos foram incendiados. Na ocasião, A PM afirmou que Souza reagiu a uma operação e que estaria armado. Moradores e familiares de Souza contestaram a versão policial, dando início aos confrontos.
LÍDERES
Segundo o delegado Alfeu Egídio Gomes, durante os levantamentos eles identificaram alguns dos menores envolvidos na ação e, em continuidade aos trabalhos, chegaram até os mandantes, os líderes da facção criminosa O.T.A. Após colher a prova ligando os suspeitos ao grupo criminoso, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva dos sete suspeitos.
;Os membros dessa quadrilha são de alta periculosidade. Eles têm tatuagem de escorpião e aranha pelo corpo. São as marcas do grupo. Os integrantes fazem as tatuagem como forma de compromisso com o bando;, disse o policial. O nome do grupo faz referência a região do aglomerado que é chamado de Arara.
Mansão disfarçada de barraco
Por fora, a casa onde Warley Pereira, o Zóio, vivia com a família não passava de um simples barracão. Mas quem entrava no imóvel, não tinha como não ficar admirado. A moradia de três andares tem acabamento de luxo, quatro quartos, suíte e é toda mobiliada com bons móveis. No terraço, uma ampla área de churrasco.
O gerente do tráfico também não fazia qualquer economia para agradar os filhos. Os meninos possuem muitos brinquedos, como motos elétricas e video games, roupas e sapatos. ;Os bens apreendidos com os suspeitos não estão no nome deles. Eles já prevêem a prisão e colocam tudo em nome de laranjas. São parentes, amigos próximos ou de pessoas que perderam ou tiveram os documentos roubados;, contou o delegado Samuel Neri.
ROUPAS E PERFUMES CAROS
Durante as buscas nas residências dos membros da quadrilha e das pessoas ligadas a eles, a Polícia Civil apreendeu roupas e calçados de marcas, perfumes importados, bebidas, video games e eletroeletrônicos, tudo adquirido com o dinheiro do tráfico. Também foram apreendidos cinco veículos ; um Golf, um Polo, e três motos, avaliados em mais de R$140 mil ;, dois quilos de maconha, meio quilo de crack e meio quilo de cocaína.
A maior parte dos produtos foi encontrada na casa do Warley Pereira. ;O Zóio gosta de ostentação, roupas de grife, usar tênis da moda e perfume importado. A casa onde ele mora no aglomerado com a mulher e dois filhos é de alto padrão;, informou o delegado Alfeu Egídio Gomes.
Ainda segundo o delegado, alguns dos materiais apreendidos também foram encontrados nas residências de moradores do aglomerado. As pessoas eram obrigadas a esconder drogas e objetos pessoais diante de ameaças, e ainda eram advertidas de possíveis punições se algo sumisse ou estragasse.