Brasil

Em cartilha, crianças propõem soluções para questões do cotidiano

O livreto "Vamos Ouvir as Crianças?" traz metodologias e atividades para se aproveitar melhor as sugestões de crianças para políticas públicas nas cidades do país

postado em 20/09/2013 11:46
Rio de Janeiro - Uma cartilha lançada nesta sexta-feira (20/9) no Rio de Janeiro pretende mostrar a educadores, pesquisadores e gestores públicos brasileiros como ouvir e aproveitar propostas de crianças para melhorar a vida nas cidades. O livreto "Vamos Ouvir as Crianças?", da organização não governamental Centro de Criação de Imagem Popular (Cecip), traz metodologias e atividades para se aproveitar melhor as sugestões de crianças para políticas públicas nas cidades do país.

O lançamento ocorreu durante o 1; Seminário Criança e sua Participação na Cidade, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O encontro ocorre até no sábado (21/9). Tanto o seminário quanto a cartilha são resultado de uma pesquisa feita com 100 crianças de 4 a 12 anos das favelas Santa Marta e Babilônia, na zona sul do Rio de Janeiro, em que elas falaram sobre a vida e dificuldades do cotidiano.

A cientista social Moana Van de Beuque, do Cecip, disse que no Brasil não há a cultura de ouvir crianças sobre os problemas urbanos. No entanto, segundo ela, o público infantil tem muito a dizer sobre diversos assuntos. ;Elas conhecem a realidade que elas vivem e sabem o que deve mudar. Elas podem contribuir principalmente nas áreas que as afetam especialmente como moradia, espaço de lazer, segurança, mobilidade;, disse Moana.



Para a secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Moura Goulart, participar do debate é um direito do público infantil. ;O olhar da sociedade ainda é ter a criança como objeto do direito, é tutelar o direito da criança. E elas sempre têm algo a dizer. E trazem no seu olhar uma grande sabedoria, porque seu olhar é descomplicado, simples, direto. As crianças estão preocupadas com sua vida familiar, comunitária, escolar, com a sustentabilidade.;

Segundo ela, ouvir a criança é um ;avanço civilizatório;. Angélica diz que a secretaria pretende levar a ideia de ouvir as crianças para todo o governo federal.

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