Agência France-Presse
postado em 25/09/2013 20:32
O Brasil precisa aumentar a produtividade para continuar crescendo a longo prazo e combater a desigualdade em um contexto de quase pleno emprego, disse o governo nesta quarta-feira (25/9)."A renda das pessoas continua aumentando, a desigualdade continua caindo, mas podemos fazer mais. (...) Para crescer a longo prazo, é preciso aumentar a produtividade", disse a jornalistas, Marcelo Neri, ministro de Assuntos Estratégicos, pouco antes de abrir um seminário para debater políticas públicas sobre produtividade.
A produtividade no Brasil quase não aumentou desde os anos 80, quando era similar à da Coreia do Sul. Hoje, o país asiático tem uma produtividade quatro vezes maior que o Brasil, disse Ricardo Paes de Barros, subsecretário de Assuntos Estratégicos.
Eles argumentaram que o Brasil, mesmo sem melhorar a produtividade, conseguiu, por meio de políticas sociais fqazer com que, nos últimos dez anos, as receitas dos 10% mais pobres da população crescessem cinco vezes mais que a dos 10% mais ricos.
Contudo, o modelo "dá sinais de esgotamento" e o país deve dar um passo a mais, colocando a produtividade e a competitividade no topo de sua agenda, para continuar crescendo e combatendo a pobreza, afirmou Neri, que dirige o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
"Ter quase o pleno emprego é melhor que ter desemprego, mas também é um problema, já que não há disponibilidade de mão de obra" no país, afirmou.
Temas como investimento em educação dos trabalhadores, flexibilidade para abrir e fechar empresas e políticas públicas para melhorar a produtividade serão analisados em um seminário que começou nesta quarta-feira no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do qual participam especialistas do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Cepal e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre outros.