postado em 26/09/2013 10:34
O Corpo de Bombeiros tenta conter uma fumaça tóxica de um depósito carregado de nitrato de amônio, em São Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, desde a noite da última terça-feira (24/9). Os bombeiros afirmaram que os gases já atingem o Paraná e há relatos de que o Sul de São Paulo também foi afetado. As equipes de socorro esperam alcançar o foco da reação química em cerca de quatro horas. Mais de 100 pessoas deram entrada em hospitais com sintomas de intoxicação. Cerca de 150 famílias tiveram que abandonar as residências.
[SAIBAMAIS]De acordo com o comandante João dos Santos Júnior, que coordena os 70 bombeiros voluntários que integram a força-tarefa, formada também por bombeiros militares, Defesa Civil, polícias Civil e Militar e Exército, o trabalho é prejudicado pela mudança na direção do vento na região, que leva a fumaça para diferentes lugares e a distâncias maiores. "É uma operação bastante complicada, primeiro por se tratar de uma situação em que há desprendimento de vapores químicos asfixiantes. Todo o cuidado é necessário para evitar danos à saúde da população e ao ambiente. Além disso, a mudança na direção do vento dificulta o trabalho das equipes."
O comandante lembrou ainda que a divulgação da informação de que a fumaça é tóxica criou grande pânico, e parte da população, de 42 mil habitantes, deixou a cidade do litoral Norte de Santa Catarina. A Defesa Civil informou que o nitrato de amônio é uma substância oxidante e não tóxica, mas que mesmo assim pode causar reações no organismo humano. O material químico está sendo retirado pelas equipes e transportado por caminhões para um pátio. Assim que for alcançado o ponto central da queima, o local será inundado, de modo a baixar a temperatura e encerrar a reação química que provoca a fumaça.
De acordo com os bombeiros, o incêndio - sem fogo ou calor- ocorreu na noite de terça-feira (24/9), quando produtos químicos do galpão se misturaram e a reação química formou uma fumaça com gases derivados do nitrato de amônio. Se inalada, a substância pode causar irritação na garganta, náuseas e insuficiência respiratória. O Corpo de Bombeiros descarta a possibilidade de morte.
Em nota, o governo de Santa Catarina informou que as equipes trabalham para criar uma barreira de contêineres com o objetivo de direcionar o vento e evitar que a fumaça atinja os profissionais que atuam no local. Além disso, lançam jatos de água para resfriar a área e diminuir o risco de explosão. Ainda no comunicado, o governo destaca que não há, até agora, informações sobre as causas da oxidação. Já a Defesa Civil estadual emitiu nota informando que "os efeitos desse gás podem ser comparado com os efeitos do gás lacrimogêneo" e, por isso, não é considerado letal quando inalado.
Na quarta-feira (25/9), a Prefeitura de São Francisco do Sul decretou situação de emergência. Segundo o Corpo de Bombeiros, a decisão tem como objetivo reforçar as ações de resposta ao desastre e a realização de campanhas de arrecadação de recursos, para facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre.
Veja fotos da fumaça tóxica
Com informações da Agência Brasil