postado em 29/09/2013 18:36
O corpo do professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, cenógrafo, carnavalesco, produtor e apresentador de televisão Fernando Pamplona, que morreu vítima de um câncer raro, foi enterrado neste domingo (29/9) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
Segundo o jornalista e escritor Fábio Fabato, que trabalhou na autobiografia de Pamplona - O Encarnado e Branco - com Zeni Pamplona, mulher do carnavalesco, ele era um acadêmico que soube entender o povo. ;No século 20, foi sem dúvida alguma um dos maiores mediadores culturais. Nenhum outro soube equilibrar o morro e o asfalto. Foi uma pessoa que se posicionou e disse: ;Vamos colocar os negros no centro da história. Vamos tirar o foco apenas de Duque de Caxias e colocar Zumbi dos Palmares, Chico Rei e Xica da Silva.; Ele deu vida aos personagens e a fatos que os livros de história escondem;, contou em entrevista à Agência Brasil durante o velório.
Fabato disse que foi muito fácil trabalhar com o carnavalesco porque ele lembrava de muitos fatos e tinha muitos documentos guardados. ;Ele já tinha escrito tudo e nós precisamos apenas dar o formato do livro;, acrescentou.
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Ontem (28), Fernando Pamplona completou 87 anos e segundo Fábio, toda a família estava reunida na casa dele em Copacabana, zona sul do Rio. ;A família estava toda com ele, ainda esperançosa de que pudesse haver uma reversão do quadro, mas a doença estava bem avançada;, disse.
Fábio lembrou que Pamplona foi cenógrafo no Theatro Municipal, na TV Manchete e na TV Educativa (TVE), da Rede Brasil. ;Ele foi cenógrafo do povo. Acho que essa é a grande definição dele;, completou.
Em abril de 2002, com a morte de Oswaldo Sargentelli, Pamplona passou a apresentar o programa de entrevistas A Verdade, na TVE. No programa, o apresentador não aparecia. As perguntas eram feitas em off e os produtores queriam alguém que tivesse uma voz potente, como era a de Sargentelli. Essa não foi a primeira vez que os dois estiveram ligados. Pamplona já havia apresentado o programa Advogado do Diabo em substituição a Sargentelli, na TV Rio.
Maria da Conceição Corujo, dona de um restaurante na Avenida Gomes Freire, próximo ao prédio da TV Brasil, onde funcionava a antiga TVE, disse que o conheceu quando Pamplona começou a trabalhar na TV e acabou se tornando amiga da família. ;Ele era um pai para mim. Convivemos 29 anos. Ficou uma amizade, não só um relacionamento de restaurante. Ele era um mestre, sabia tudo, de gastronomia à arte. Era prazeroso ficar conversando e escutando o que ele falava. Ele era tudo de bom ;, disse à Agência Brasil depois do enterro do carnavalesco.
Conceição foi ontem à casa de Fernando Pamplona para dar um abraço de aniversário. Segundo ela, apesar de sofrer com a doença, estava lúcido. ;Ele mandou um beijo para a minha mãe e perguntou pelo meu filho. Ele estava lúcido e hoje de manhã se foi", contou a amiga.
Segundo o jornalista e escritor Fábio Fabato, que trabalhou na autobiografia de Pamplona - O Encarnado e Branco - com Zeni Pamplona, mulher do carnavalesco, ele era um acadêmico que soube entender o povo. ;No século 20, foi sem dúvida alguma um dos maiores mediadores culturais. Nenhum outro soube equilibrar o morro e o asfalto. Foi uma pessoa que se posicionou e disse: ;Vamos colocar os negros no centro da história. Vamos tirar o foco apenas de Duque de Caxias e colocar Zumbi dos Palmares, Chico Rei e Xica da Silva.; Ele deu vida aos personagens e a fatos que os livros de história escondem;, contou em entrevista à Agência Brasil durante o velório.
Fabato disse que foi muito fácil trabalhar com o carnavalesco porque ele lembrava de muitos fatos e tinha muitos documentos guardados. ;Ele já tinha escrito tudo e nós precisamos apenas dar o formato do livro;, acrescentou.
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Ontem (28), Fernando Pamplona completou 87 anos e segundo Fábio, toda a família estava reunida na casa dele em Copacabana, zona sul do Rio. ;A família estava toda com ele, ainda esperançosa de que pudesse haver uma reversão do quadro, mas a doença estava bem avançada;, disse.
Fábio lembrou que Pamplona foi cenógrafo no Theatro Municipal, na TV Manchete e na TV Educativa (TVE), da Rede Brasil. ;Ele foi cenógrafo do povo. Acho que essa é a grande definição dele;, completou.
Em abril de 2002, com a morte de Oswaldo Sargentelli, Pamplona passou a apresentar o programa de entrevistas A Verdade, na TVE. No programa, o apresentador não aparecia. As perguntas eram feitas em off e os produtores queriam alguém que tivesse uma voz potente, como era a de Sargentelli. Essa não foi a primeira vez que os dois estiveram ligados. Pamplona já havia apresentado o programa Advogado do Diabo em substituição a Sargentelli, na TV Rio.
Maria da Conceição Corujo, dona de um restaurante na Avenida Gomes Freire, próximo ao prédio da TV Brasil, onde funcionava a antiga TVE, disse que o conheceu quando Pamplona começou a trabalhar na TV e acabou se tornando amiga da família. ;Ele era um pai para mim. Convivemos 29 anos. Ficou uma amizade, não só um relacionamento de restaurante. Ele era um mestre, sabia tudo, de gastronomia à arte. Era prazeroso ficar conversando e escutando o que ele falava. Ele era tudo de bom ;, disse à Agência Brasil depois do enterro do carnavalesco.
Conceição foi ontem à casa de Fernando Pamplona para dar um abraço de aniversário. Segundo ela, apesar de sofrer com a doença, estava lúcido. ;Ele mandou um beijo para a minha mãe e perguntou pelo meu filho. Ele estava lúcido e hoje de manhã se foi", contou a amiga.