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Programa forma lideranças de comunidades em processo de pacificação

Programa do curso é composto por uma grade fechada de palestras, pré-estabelecida, que se estende durante três meses, com aulas de quatro horas de duração, em média, duas vezes por semana

postado em 11/10/2013 17:53
Rio de Janeiro - Um novo curso de capacitação do Programa Justiça Cidadã foi aberto esta semana pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), visando à formação de 61 lideranças comunitárias, que são atendidas por projetos de inclusão social promovidos pelo órgão, e acabam se tornando multiplicadores do conhecimento transmitido.

O curso existe desde 2006 e, segundo a coordenadora do programa, a desembargadora Cristina Gaulia, os alunos do curso incluem moradores de comunidades em processo de pacificação, gestores sociais, técnicos vinculados a instituições públicas, professores da rede municipal de ensino e pastores de igrejas protestantes. ;São pessoas que estão tentando costurar essa rede de novos serviços que está sendo trazida com as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para dentro das comunidades em processo de pacificação;, disse em entrevista à Agência Brasil.

O programa do curso é composto por uma grade fechada de palestras, pré-estabelecida, que se estende durante três meses, com aulas de quatro horas de duração, em média, duas vezes por semana. Cristina Gaulia observou, porém, que embora seja fixa, a grade de assuntos pode ser alterada de acordo com os interesses apresentados pelos participantes do curso. Em anos de eleições, o tema costuma ser incluído por meio de análise da propaganda eleitoral, por exemplo.

;Com isso, a gente consegue uma troca de informações que é muito saudável para os magistrados. Existe uma troca de conhecimento e informações;. A desembargadora advertiu, entretanto, que há o alerta para as pessoas que o Justiça Cidadã não objetiva fazer com que ;os processos de ninguém andem mais rápido. As pessoas vão aprender até onde devem reclamar, se o processo estiver andando devagar;.

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Conforme explicou, essa é uma forma de dar ferramentas à população para que, a partir das informações fornecidas, as pessoas possam se tornar cidadãs mais plenas e mais fortes e procurem as fórmulas de melhor concretizar seus direitos.

As aulas são dadas por juízes, desembargadores e servidores do Poder Judiciário e seus parceiros, entre os quais defensores públicos, promotores de Justiça, juízes do Trabalho, juízes federais, juízes que estão alocados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante o curso, os participantes têm a oportunidade de se inteirar mais profundamente do funcionamento do Judiciário e dos seus direitos enquanto cidadãos.

Esta é a 22; turma do programa, que totaliza mais de 850 beneficiários diretos em todas as comunidades do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense, e cerca de 5 mil beneficiários indiretos, englobando parentes dessas lideranças. ;Elas se tornam realmente multiplicadoras de informação. E isso ajuda muito;. Cristina Gaulia deixou claro que também os juízes se beneficiam dessa troca de conhecimento. ;Ela torna os juízes mais conscientes dessa realidade social. Acaba sendo uma troca muito útil para formar os magistrados;, disse.

A média do programa são dois cursos por ano. Este ano foi exceção, com três cursos sendo efetuados. A participação é limitada a 70 pessoas por turma. As inscrições para a primeira turma de 2014 já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone 21-31336808. O curso ocorrerá logo depois do carnaval.

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