postado em 21/10/2013 06:00
A utilização inadequada de aeronaves do Estado não se restringe à compra de equipamentos milionários que ficam parados em hangares de corporações policiais ou a ministros que cumprem agenda em helicópteros destinados ao atendimento de vítimas de acidente de trânsito. Em alguns episódios, os recursos públicos gastos com voos servem para atender a interesses particulares. Em um desses casos, o chefe da Divisão de Operações Aéreas da Polícia Rodoviária Federal (DOA), Ednilson Bruno do Nascimento, responsável por todas as ações com uso de aeronaves da instituição, pediu um avião da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para ajudar um amigo.
[SAIBAMAIS]Em 30 de abril deste ano, a pedido dele, o avião se deslocou de Brasília até Campo Grande para levar o corpo do parente de um policial rodoviário federal e amigo de Nascimento. Não existe nenhuma normativa da PRF que permita esse tipo de procedimento. O avião é empregado pela Polícia Civil em ações de recambiamento de presos e transporte de equipes de policiais para fins de investigações.
No ofício, encaminhado em 29 de abril ao diretor da Divisão de Operações Aéreas da PCDF, Saulo Ribeiro Lopes, ao qual o Correio teve acesso, antes de fazer o pedido pessoal, Ednilson Bruno ressalta a parceria entre os dois órgãos de segurança pública. No documento, ele diz que se trata do corpo do pai do policial. A assessoria de imprensa da PRF assegurou que era de um tio. ;Solicitamos a disponibilização da aeronave de asa fixa, com tripulação, para realização de traslado do corpo do pai de um policial rodoviário federal de Brasília para Campo Grande, em 30 de abril de 2013;, escreveu.
Em seguida, o chefe do DOA salienta que o departamento ;arcará com as despesas necessárias para abastecimento da aeronave e pagamento de diárias aos servidores da PCDF designados para o cumprimento da missão, bem como disponibilizará a logística e a segurança dos locais de pouso;. O Correio teve acesso à nota fiscal de abastecimento do avião pago pela Polícia Rodoviária Federal.
A assessoria de imprensa da PRF foi procurada na segunda-feira passada para responder questionamentos sobre o assunto. Dois dias depois, a Corregedoria-Geral da da PRF instaurou uma investigação preliminar ;com o objetivo de verificar indícios reais de autoria e materialidade de supostas infrações disciplinares;.
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