Cristiane Silva/Estado de Minas
postado em 29/10/2013 09:13
; Ethel Corrêa - TV AlterosaMoradores que ocupam um terreno no Bairro Tupã, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltaram às ruas na manhã desta terça-feira para mais um dia de protestos contra a reintegração de posse da área que fica às margens da represa Várzea das Flores. Os manifestantes fecharam a LMG-808, que liga Contagem a Esmeraldas. Na BR-040, outro grupo de cerca de 400 pessoas faz manifestação contra ação de despejo em área ocupada perto da Ceasa Minas. Na rodovia federal, o grupo queimou pneus no km 526 impendido a passagem de veículos nos dois sentidos. Longos engarrafamentos se formaram nas duas estradas.
[SAIBAMAIS]Desde o início da manhã, centenas de pessoas se posicionaram em uma via de acesso à LMG-808, mas policiais militares montaram um cordão para evitar que eles fechassem a rodovia. Por sua vez, a partir do trecho, os moradores da ocupação posicionaram ônibus no local para tentar impedir a entrada da polícia no terreno. Policiais militares do 18; Batalhão, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e do Regimento de Cavalaria foram encaminhados ao local. Apesar da tentativa de bloqueio dos moradores, a polícia conseguiu entrar na área da ocupação passando Bairro Icaivera e os barracões serão removidos. Por volta das 8h30, os manifestantes acabaram seguindo para a LMG-808, que ficou parcialmente interditada. Eles aguardam um representante da prefeitura da cidade.
Para motoristas que seguem em direção a Sete Lagoas, a PRF pede que evitem a BR-040 e passem pelo caminho alternativo nas MGs 10 e 424, entrando por Pedro Leopoldo. Sobre a ocupação perto da Ceasa, a PM ainda não tem detalhes sobre a reintegração de posse, diferente do processo na Várzea das Flores que já está decidido pela Justiça. Na segunda-feira, cerca de 500 manifestantes fecharam a rodovia por quase cinco horas pela manhã. Eles montaram barricadas com pedaços de madeira, pneus, e colocaram fogo para impedir o cumprimento do mandado de reintegração de posse em favor da prefeitura de Contagem. A área de proteção ambiental foi invadida em 2 de novembro de 2012 por 300 famílias.
De acordo com representantes da comunidade, a área estava ociosa. %u201CJá temos mais de 100 casas construídas. Muitos estão inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida e até agora nada%u201D, reclamou o vendedor ambulante Geraldo Gusmão. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Contagem, o impacto da ocupação é perigoso por causa do desmatamento e das queimadas, que põem em risco o abastecimento da lagoa, que fornece água a 400 mil famílias da Grande BH. A prefeitura informou que abriu cadastro das famílias para um programa de moradia, mas apenas 80 aderiram.
Com informações de Pedro Ferreira