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Rio: manifestantes acusam Guarda Municipal de abuso em repressão a protesto

Em ato simbólico, os manifestantes montaram duas barracas de acampamento na Cinelândia e foram reprimidos. Os dois manifestantes detidos já foram liberados

postado em 06/11/2013 13:21
Rio de Janeiro ; Duas pessoas foram detidas e conduzidas pela Guarda Municipal à 5; Delegacia de Polícia, no centro do Rio, após protesto em frente à Câmara Municipal do Rio na madrugada desta quarta-feira (6/11). Em ato simbólico, os manifestantes montaram duas barracas de acampamento na Cinelândia e foram reprimidos. Os dois manifestantes detidos já foram liberados.

De acordo com a diretora executiva da Rede de Defensores Independentes de Direitos Humanos, Maristela Grynberg, a Guarda Municipal alegou que as barracas estavam obstruindo a passagem de pedestres e precisavam ser retiradas. Ela acusou os guardas municipais de excesso de força e crime sexual.

;Eu estou com marcas aqui [no pescoço], eles apalparam meus seios na hora do ;estou te detendo;. Não tem necessidade de pegar no peito de ninguém. Tem um menino com o joelho machucado, porque pisaram no joelho dele. Isso tudo por duas barracas vazias em um espaço público;. As barracas foram montadas em protesto pela libertação de dois jovens presos na manifestação do dia 15 de outubro, também no centro, e que ainda estão no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste.



O manifestante Gabriel Soares, de 18 anos, disse que um guarda ;deu um mata leão [golpe de estrangulamento], o outro deu um soco no estômago e me jogaram dentro do ônibus;. O jovem disse ainda que, dentro do ônibus, os guardas pisaram em seu joelho, torceram sua orelha e o xingaram. ;Quando chegamos à delegacia, eles mandaram a gente não falar nada do que ocorreu dentro do ônibus. Só que eu falei a verdade para o delegado;.

O advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos, Felipe Coelho, informou que os manifestantes prestaram depoimento e serão encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito.

A Guarda Municipal negou que tenha havido qualquer tipo de abuso na condução dos manifestantes à delegacia. Ainda segundo o órgão, eles foram levados à delegacia porque não permitiram que os guardas recolhessem as barracas de acampamento em frente ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal da capital fluminense.

Em outro protesto, na terça-feira (5/11), manifestantes caminharam pelas principais avenidas do centro, acompanhados pela Polícia Militar, e não houve confronto. No entanto, um menor de 18 anos foi apreendido e um jovem maior de idade foi detido, ambos liberados posteriormente. Eles tentaram arrancar a bandeira do estado do Rio de Janeiro que estava no mastro em frente ao Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze.

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