Brasil

Saída de Roberto Carlos fragiliza grupo que apoia a censura em biografias

Criticado publicamente por artistas, o rei decidiu deixar o grupo Procure Saber

postado em 07/11/2013 06:08
Na gravação do DVD dos 50 anos de carreira, Erasmo Carlos abraça Roberto: o rei deixou o Procure saber. Erasmo promete seguir o mesmo caminho

Depois de criticado publicamente por Caetano Veloso ; pela demora em se manifestar, pelas estratégias definidas e pelos porta-vozes escolhidos para tratar do tema das biografias ;, o cantor Roberto Carlos decidiu dar adeus ao Procure Saber, deixando o grupo ainda mais frágil no controverso debate. Presidente da associação informal que reúne alguns dos grandes nomes da música popular brasileira, Paula Lavigne disse ao Correio que os integrantes, ;cansados após tantos embates midiáticos;, ainda não conversaram sobre os próximos passos. Mas ressaltou que o grupo estava incomodado com o modus operandi conduzido pelo rei em Brasília, já que o assunto está pautado em duas frentes na capital: no Congresso Nacional, onde tramita um projeto de lei sobre a questão, e no Supremo Tribunal Federal, que julgará uma ação direta de inconstitucionalidade contra a necessidade de autorização prévia para publicação das obras.

[SAIBAMAIS];Não precisamos ter um advogado criminalista à nossa frente se não cometemos crime. Não teremos um lobista falando em nosso nome com os parlamentares;, afirmou Paula, referindo-se aos advogados de Roberto Carlos, que vinham atuando como interlocutores do Procure Saber no Congresso Nacional. O cantor, apesar de longe do grupo, afirmou que continuará agindo no tema das biografias. Nos bastidores dos artistas, comenta-se que o pleito era muito mais de Roberto ; que vetou pelo menos dois livros, além de filmes, sobre a própria vida ; do que dos outros integrantes. Seu companheiro de Jovem Guarda, Eramos Carlos, deu a entender isso, dizendo, ontem, que também pensa em sair do coletivo.



As atitudes de Roberto Carlos provocaram o descontentamento de Caetano Veloso. Principalmente pelo fato de o primeiro ter demorado a se manifestar depois de Caetano, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil terem apanhado muito da opinião pública ao defenderem restrições às biografias. A decisão de desautorizar outros membros a falar sobre o assunto, inclusive a presidente do Procure Saber, Paula Lavigne, teria também desagradado ao grupo. Em sua última manifestação sobre o tema, Caetano ironizou o fato de um administrador de crises ter sido contratado para salvar a imagem dos artistas, alvejados na internet por críticas que os chamavam de censores e traidores.

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