Em depoimento concedido à Polícia Civil no dia 18, mas que veio à tona somente ontem, Natália Mingoni Ponte, mãe de Joaquim Ponte Marques, 3 anos, falou pela primeira vez sobre a agressividade e os ciúmes recorrentes do companheiro, Guilherme Raymo Longo, padrasto do menino. Ela também disse que a morte da criança poderia interessar ao companheiro. Joaquim sumiu em 5 de novembro, em Ribeirão Preto, onde moram a mãe e o padrasto. Cinco dias depois, o corpo da criança foi encontrado boiando no Rio Pardo, em Barretos, a 150km de Ribeirão, data em que Natália e Longo foram presos temporariamente, suspeitos de participação no crime.
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Natália explicou à polícia que optou por esconder as informações até que se descobrisse o paradeiro de Joaquim, pois já suspeitava que o companheiro, que já a teria agredido e a ameaçado de morte, o havia sequestrado e poderia fazer ;algo muito grave; contra a criança. A psicóloga confessou acreditar que Longo poderia desejar a morte do enteado, motivado por ciúmes. Desde a descoberta de que Joaquim sofria de diabetes, os telefonemas entre Natália e o pai do menino, Arthur Marques, se tornaram mais frequentes. O ex-marido buscava constantemente informações sobre o estado de saúde do filho, o que deixava o atual companheiro da mãe perturbado.
A polícia civil e o Ministério Público já solicitaram à Justiça o rastreamento dos telefones celulares de Natália e Guilherme, para que se tente precisar onde os dois estiveram na madrugada de 5 de novembro. Outra pista que pode ajudar as investigações é um áudio gravado pelos primeiros policiais militares que chegaram na casa dos dois naquele dia. Na conversa registrada, Natália pergunta se Longo havia saído para comprar drogas durante a noite, e se Joaquim poderia ter saído atrás dele. O padrasto responde negativamente às duas perguntas. A mulher, já aos prantos, questiona seguidamente: ;Cadê o Joaquim?;
Enquanto Longo sustenta a tese de que outras pessoas invadiram a residência do casal e levaram Joaquim, Natália contou, no dia 18, que não acredita na versão. ;O cachorro diz tudo;, teria dito ainda a mãe do menino, sobre os cães da Polícia Militar que, após farejar roupas de Joaquim e Longo, chegaram até o córrego Tanquinho, na proximidade da casa da família. A mulher também explicou que não acordou na noite do sequestro do filho pois sofria de dores de cabeça constantes e esperava até tarde que Longo voltasse para casa, depois das noitadas com uso de cocaína. Para dormir, tomava analgésicos, que, na maioria das vezes, eram fornecidos pelo próprio companheiro. Ante o depoimento, o Ministério Público considera a hipótese de que o padrasto tenha dopado Natália na noite em que Joaquim sumiu.
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