postado em 02/12/2013 20:22
Rio de Janeiro - Se hoje o Museu Nacional tem a maior e mais antiga coleção egípcia da América Latina, o primeiro passo para este rico acervo se deve ao imperador dom Pedro II. Considerado o primeiro egiptólogo brasileiro, o monarca, grande estudioso das ciências, viajou duas vezes ao Egito e adquiriu uma coleção de artefatos que se tornou o marco inicial dos estudos sobre o país dos faraós no Brasil.Por esse motivo, a direção da instituição, vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), escolheu a data de hoje, 2 de dezembro, aniversário de nascimento de dom Pedro II, para a abertura da Semana de Egiptologia do Museu Nacional (Semna). O evento, que vai até a próxima sexta-feira (6/12) reúne pesquisadores e estudantes brasileiros em mais de 20 debates e conferências, mas não é restrito à comunidade acadêmica.
Durante a abertura, na tarde desta segunda-feira (2/12), foi feita uma homenagem a dom Pedro II com a exposição do livro Description de l;Egypte, uma das aquisições do imperador em suas viagens ao Egito. O volume faz parte de uma série de publicações que contém uma descrição científica detalhada do Egito antigo e moderno, bem como de sua história natural.
A diretora do Museu Nacional, professora Cláudia Rodrigues Carvalho,e o curador da coleção egípcia, professor Antônio Brancaglion, fizeram a conferência de abertura, sobre remanescentes humanos encontrados na tumba de Harwa, em Tebas.
A própria sigla da Semana de Egiptologia ; Semna ; é uma referência à fortaleza construída na antiguidade pelo faraó Senusret I, que governou entre os anos 1965 e 1920 a.C. a Núbia, região situada no Vale do Rio Nilo e hoje partilhada entre o Egito e o Sudão. Além de temas de relevância para a entendimento das formas de organização das sociedades egípcias, os debates vão tratar das novas tecnologias em pesquisas arqueológicas.
O Museu Nacional fica no Paço de São Cristóvão, o antigo palácio imperial localizado na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio.