postado em 05/12/2013 18:23
Rio de Janeiro ; É crítica a situação do Hospital Federal do Andaraí (HFA), na zona norte da capital fluminense. Falta material hospitalar, emergência saturada, pacientes atendidos nos corredores, elevadores quebrados e obras interrompidas.O aposentado Amaral Plecínio disse que o neto, com o braço esquerdo quebrado, foi levado ao hospital, mas não foi atendido porque não havia gesso para fazer a imobilização. "O que nós assistimos aqui é uma verdadeira vergonha, é um grande exemplo de que somos tratados como verdadeiros palhaços pelo Poder Público. Tive que levar meu neto para o Souza Aguiar, que fica no centro da cidade. Imagina um caso grave que chega aqui? Não vai ser atendido nunca", disse.
A auxiliar de serviços gerais, Juracir de Oliveira, declarou que, por duas vezes, teve a cirurgia no ombro adiada por falta de material."Meu ombro dói muito, estou tentando remarcar. Infelizmente este hospital é o que temos, e não temos condições de buscar um serviço de saúde melhor. Espero que tomem providências rápidas para que não só eu, mas todos aqui sejam atendidos", declarou.
De acordo com um dos médicos da unidade, que não quis se identificar, cirurgias estão sendo canceladas por falta de roupas esterilizadas. Segundo ele, esse tipo de problema prejudica o trabalho do corpo médico. "O material que chega aqui no hospital rapidamente acaba, são muitos pacientes chegando e o hospital não têm infraestrutura para atender a todos. Para os médicos é humilhante, não estamos conseguindo desempenhar nosso trabalho da maneira que queremos. Não conseguimos dar o retorno positivo para a população", disse.
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que questões logísticas relacionadas à lavanderia, serviço prestado pela empresa Lido Serviços Gerais, acarretaram faltas pontuais de roupas cirúrgicas e lençóis. O HFA contratará, emergencialmente, outra empresa para fazer o serviço. No momento, o fornecimento de roupas hospitalares está garantido por meio de empréstimo de outras unidades federais.
Em relação ao atendimento no setor de emergência, o ministério disse que tem um sistema de classificação de risco, que avalia a gravidade do paciente. O sistema prioriza os casos mais graves, como acidentados, politraumatizados, queimaduras de altos graus, pessoas enfartadas, entre outros que necessitem de intervenções cirúrgicas de urgência.