Brasil

Seminário reforça necessidade de lutar contra violência nos estádios

O evento acontece anualmente, reunindo as torcidas de todo o país. Houve o desdobramento das regiões para que os participantes possam discutir diretamente os problemas específicos

postado em 06/12/2013 16:16
Os tumultos que algumas vezes ocorrem em estádios brasileiros são provocados por minorias, concluíram representantes de torcidas organizadas e do Ministério do Esporte durante os debates do 1; Seminário Sul-Sudeste de Torcidas Organizadas, que termina neste sábado (7/12), na capital paulista. O encontro começou nesta sexta-feira (6/12).

O evento acontece anualmente, reunindo as torcidas de todo o país. Houve o desdobramento das regiões para que os participantes possam discutir diretamente os problemas específicos. O principal ponto abordado durante a manhã foi a segurança nos estádios.

O secretário Nacional do Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, disse que o Cadastro Nacional das Torcidas Organizadas não é uma forma de listar as pessoas, mas de ter um quadro de como as torcidas estão estruturadas. ;Isso não é um cadastro policial: não é função do Ministério fazer trabalho de polícia, como se quiséssemos cadastrar todos os torcedores do país para evitar a violência nos estádios;.

Para Nascimento, a violência nos estádios chegou ao seu limite. Hoje, a participação das torcidas organizadas é essencial. ;Principalmente se elas forem incluídas nesse processo. Não adianta excluir e suspender uma [torcida] organizada. [Com isso], perdem-se as lideranças que poderão ajudar a combater esses atos dentro e fora dos estádios;.

Na avaliação de Nascimento, a impunidade é um fator fundamental para a proliferação da violência: é preciso cumprir as leis existentes. ;Muitos dos mecanismos que podem ser criados já o foram e se não funcionam é outra questão. É preciso que seja aplicado o Estatuto do Torcedor e punidos os culpados;.

O promotor de Justiça do Juizado Especial Criminal (que atual na área do futebol), Paulo Castilho, disse que é preciso individualizar a conduta dos infratores para não generalizar o comportamento da torcida organizada. ;Não é possível acreditar que em meio a uma instituição que reúna 100 mil pessoas não [haja] pessoas ruins. São frutos da sociedade, onde [há] gente de todo tipo. Temos que desmistificar que na torcida organizada só há marginais e criminosos. O Estado já está maduro para aprender que a torcida é um fenômeno de massa, que já está organizado;.



O presidente da Dragões da Real (torcida do São Paulo Futebol Clube), André Azevedo, disse que, apesar de haver diferenças e rivalidades entre as camisas, todas as torcidas têm os mesmos interesses e vêm fazendo um trabalho, com o apoio do Ministério do Esporte, para mostrar que não são o ;lado ruim; do futebol. ;Há vários erros e nós somos parte disso. É muito mais fácil colocar a culpa na torcida que é o elo mais fraco dessa corrente;.

O presidente da Federação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (Fetorj), Flávio Martins, disse que, além da questão da violência, é preciso que o poder público melhore a infraestrutura dos estádios, não somente aqueles que recebem jogos da Série A. ;Quando se olha para a Série B do Brasileiro não [há] um estádio de Copa. Faltam banheiros, condições de ir e vir, iluminação, serviços. Todos falam dos deveres do torcedor, mas ninguém fala dos direitos;, observou.

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