Brasil

Tenente acusado pela morte da juíza Patrícia Acioli é julgado em Niterói

Além do crime de homicídio, ele também responde por formação de quadrilha

postado em 06/12/2013 17:59
O julgamento do tenente da Polícia Militar Daniel Benitez, acusado pela morte da juíza Patrícia Acioli, iniciado na manhã desta sexta-feira (6/12), está previsto para ser concluído ainda esta noite. Além do crime de homicídio, ele também responde por formação de quadrilha.

A sessão é presidida pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce e ocorre sob um rígido esquema de segurança, no Fórum de Niterói, no centro da cidade. Quem ingressa no prédio passa por um detector de metal e tem as bolsas e mochilas revistadas, procedimento que se repete para entrar na Sala do Juri, onde estão posicionados diversos policiais militares (PMs).

Até as 17h, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e de defesa. Uma delas, o policial civil Ricardo Henriques, chegou a chorar quando prestava depoimento, alegando estar ameaçado de morte e sob forte pressão psicológica, pois é uma das principais testemunhas contra o grupo de policiais militares acusados pela morte da juíza.

Henriques depôs usando colete a prova de balas e apontou Benitez e seu grupo como responsáveis pelas ameaças de morte que vem recebendo, desde quando investigava as ações dos policiais militares. ;Eu estou marcado para morrer por essa quadrilha. Estou marcado para morrer e vivo há dois anos sob efeito de remédios para me manter de pé;, disse.

De acordo com as investigações, no dia de sua morte, a juíza Patrícia Acioli decretara a prisão de vários policiais militares, do 7; Batalhão de São Gonçalo, pelos de crimes de extorsão e execução de pessoas suspeitas de tráfico de drogas. As mortes eram sempre registradas como auto de resistência, ou seja, em confronto com a polícia.



Cinco policiais militares já foram condenados pela morte da juíza, com penas que variam de 19 anos e seis meses a 26 anos de reclusão. Mais cinco PMs tiveram seus julgamentos marcados, incluindo o então comandante do 7; BPM, coronel Claudio Oliveira.

Patrícia Acioli foi executada em agosto de 2011, com 21 tiros, quando chegava na casa onde morava, no bairro de Piratininga, em Niterói. A morte da magistrada causou grande comoção nacional e fez com que fossem revistos os procedimentos de segurança de juízes e promotores em todo o país.

Mais cedo, antes de o julgamento começar, um parente de Benitez tumultuou o ambiente ao agredir um cinegrafista do SBT que registrava o movimento na sala do juri.

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