postado em 09/12/2013 18:42
Brasília - Responsável pela gestão do estádio onde ocorreu a briga entre torcedores do Atlético Paranaense e do Vasco, a prefeitura de Joinville rebateu as afirmações do Ministério Público (MP) de Santa Catarina de que o local não dispõe de grades separando as torcidas. De acordo com as explicações, os torcedores do Vasco foram autorizados pela própria Polícia Militar a ficar em trecho da arquibancada sem grade por falta de vagas suficientes no local cercado.Segundo o diretor presidente da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), Fernando Krelling, que administra o estádio, as arquibancadas do local contam com grades contínuas separando as torcidas e outros equipamentos de segurança cobrados pelo MP, em ação civil pública apresentada no início do mês.
No último domingo (8/12), no entanto, muitos torcedores vascaínos acabaram na área destinada aos torcedores atleticanos, separados apenas por uma corda e por grades descontínuas. Isso porque, de acordo com Krelling, a direção do Atlético disponibilizou para a torcida do Vasco parte dos ingressos a que teria direito, totalizando 3,7 mil lugares para os vascaínos, enquanto a área protegida tem capacidade para apenas 1,7 mil torcedores.
O dirigente pondera que o expediente já havia sido utilizado em outros jogos, mas com a presença da Polícia Militar. ;Por isso, a meu ver, o erro maior, se podemos falar em erro, diz respeito ao uso de segurança particular [no evento];, disse Krelling à Agência Brasil. O estádio tem capacidade total para 15 mil espectadores.
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De acordo com o dirigente municipal, a distribuição dos torcedores no estádio foi autorizada pela Polícia Militar de Santa Catarina, que, na sexta-feira (6), também determinou o número necessário de seguranças (90 integrantes) para o evento.
;O Atlético Paranaense entrou em contato com a Polícia Militar, que veio ao estádio, fez uma vistoria, solicitou que, na parte de baixo da arquibancada fosse colocada uma separação ; o que foi feito - e autorizou o uso de segurança privada;, acrescentou Krelling, garantindo que outros reparos estruturais solicitados pelo Ministério Público catarinense na ação civil pública já foram providenciados.
Perguntado se o número de seguranças privados contratados pelo Atlético Paranaense foi insuficiente, Krelling questionou a recomendação do MP estadual que, na ação civil ajuizada há duas semanas, pede à Justiça que impeça que policiais sejam usados para fazer a segurança de eventos privados.
;Tivesse 90, 150 seguranças privados, não sei dizer se eles conseguiriam conter a fúria desses torcedores. É diferente. A Polícia Militar inibe a torcida a ir para o enfrentamento. Já com seguranças, sem nenhum tipo de armamento e de proteção, fica mais fácil;.
No sábado, o Joinville Esporte Clube jogou contra o Metropolitano, de Blumenau, pela Copa Santa Catarina, já sem a presença ostensiva de policiais militares. A presença policial se limitou, segundo Krelling, ao mínimo necessário para garantir a segurança do trio de arbitragem e nenhum incidente foi registrado.
A fundação municipal recebeu R$ 25.432,80 pelo aluguel do estádio para o jogo do Atlético. O contrato de locação a que a Agência Brasil teve acesso estabelece que cabe ao clube paranaense providenciar o aparato policial militar ou de segurança privada necessário para garantir a segurança dos torcedores, árbitros, comissões técnicas e de todo o pessoal envolvido com o evento. Também compete ao Atlético respeitar o cumprimento do Estatuto do Torcedor, bem como contratar seguro e providenciar serviço médico.
Procurado, o Atlético Paranaense reenviou nota em que lamenta os acontecimentos, garantindo que tomará todas as providências para identificar e denunciar às autoridades competentes os envolvidos e punir os que tenham ligações com o clube.