Brasil

Andadores infantis são reprovados por mães, médicos e Justiça

Decisão de juíza gaúcha vale para todo o Brasil. Nenhum produto comercializado no país foi aprovado pelo Inmetro

postado em 10/12/2013 08:22
Joana, mãe de Maya, é contra o uso de andadores:

Um despacho da Justiça gaúcha, da última sexta-feira (6/12), proibiu a venda de andadores infantis em todo o Brasil. A medida só entrará em vigor após a notificação das nove empresas rés no processo, o que deve ocorrer nos próximos dias. O despacho da juíza Lizandra Cericato Villarroel, de Passo Fundo(RS), determina que a comercialização dos equipamentos fique suspensa pelo menos até a criação de um modelo de certificação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Em agosto, o instituto testou a segurança dos andadores fabricados no país e reprovou todas as 10 marcas analisadas.

[SAIBAMAIS]A ação que tramita em Passo Fundo é de iniciativa de uma associação de defesa do consumidor, mas surgiu a partir de uma solicitação do pediatra Rui Locatelli, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). ;Em 2009, atendi um caso em que a criança caiu do andador, fez uma hemorragia e um hematoma cerebral e morreu. Naquela época, fiz denúncia ao Ministério Público de Passo Fundo, que recomendou a não utilização do equipamento em escolas, creches e hospitais da cidade;, conta Locatelli. Pelo menos mais dois casos de morte relacionada ao uso do andador são conhecidos: um em Jequié (BA), em 2009, e outro em Belo Horizonte (MG), no ano passado.



Joana Carvalho, mãe de Maya, de 6 anos, confessa que "de jeito nenhum" compraria um andador para a filha.;Sou favorável ao desenvolvimento natural das crianças;, explica a servidora pública, de 35 anos. Para ela, a ilusão de que o bebê está seguro no equipamento acaba levando ao descuido com a segurança da criança. ;Só quem já cuidou de um bebê sabe que não dá para ficar atento 24 horas por dia. É muito fácil de se distrair;, argumenta. ;É lógico que criança cai, isso é normal, mas no andador ela pega um embalo muito grande;, relata a gerente de vendas Cíntia Nogueira, de 36 anos, mãe de Isadora, de 6 meses, que também crescerá sem usar o aparelho.
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