Diário de Pernambuco, Paula Losada
postado em 20/12/2013 16:58
"Detestava Reginaldo Rossi. Suas músicas, sua voz, seu estilo. Até o dia em que o conheci, no verão de 1987, em Itamaracá. Estava grávida do meu primeiro filho e passava um fim de semana na casa de praia de uma grande amiga, Silvinha Costa, acompanhada de um grupo de queridos amigos. Entre eles, Raul Henry, fã incondicional do Rei do Brega.
[SAIBAMAIS]Para minha incredulidade, depois de um show em Itapissuma, Raul levou Rossi para cantar na varanda da casa de Silvinha. Acordei mal-humorada (algo raro em minha vida), em plena madrugada, ao som de "três quatro cubas", borogodá"... Ninguém merece", praguejei.
Sem conseguir dormir novamente, me levantei. Aos poucos, fui sendo seduzida por aquele clima de animação e acabei me rendendo ao Rei. Difícil não se render a ele. Reginaldo Rossi era extremamente carismático. Cativava pela sua prosa gostosa, recheada de histórias hilárias e quase inverossímeis. Cativava pela sua generosidade e elegância. Sim, Rossi era um homem de gestos elegantes. Aquele showman irreverente e, muitas vezes até vulgar, era um personagem, um tipo que ele gostava de cultivar. Reginaldo Rossi era um homem inteligente, que sabia rir de si mesmo.