postado em 13/01/2014 19:19
Rio de Janeiro ; O segmento econômico das pequenas empresas do Brasil é um dos que mais sofrem com a lentidão no processo de exames de patentes e marcas no país. De acordo com a gerente de Desenvolvimento e Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Ana Carolina Arroio, não há vantagem da proteção de marcas e patentes para o setor ;porque o processo [de exame dos pedidos) é moroso, é lerdo. Quando elas entram com o pedido, demora cinco a oito anos para conseguir o registro. Quando elas conseguem a patente, a tecnologia, praticamente, já expirou;.Ana Carolina declarou ainda que esse segmento conhece pouco as vantagens de proteger sua marca ou invenção. Por isso, considera importante que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) dê maior divulgação às vantagens da proteção da propriedade intelectual, sobretudo para as micro e pequenas empresas.
A gerente da Firjan concordou com o novo presidente do Inpi, Otávio Brandelli, que acha importante ter pessoal qualificado e concursado ;para dar agilidade; ao processo de análise de pedidos de registros de propriedade intelectual no órgão, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. ;É um dos caminhos;, indicou.
[SAIBAMAIS]Ela ressaltou ainda a necessidade de se resgatar outra proposta que vai na direção de tornar mais rápido o processo de patentes e marcas, que são as rotas tecnológicas aceleradas. Isso, segundo Ana Carolina, poderia ser aplicado para tecnologias estratégicas. ;Por exemplo, patentes verdes, para tecnologias alternativas nas áreas de conservação de energia, transportes. Seria bem interessante;.
Destacou que, no estado do Rio de Janeiro, um dos setores em que essas rotas mais aceleradas seriam bem-vindas para o exame de patentes é o químico. ;Os pedidos de patentes serem analisados com mais celeridade contribuiria muito para [o desenvolvimento da] a indústria;.
Ana Carolina concordou também com Brandelli que faltam profissionais qualificados no mercado brasileiro para fazer o exame dos pedidos de registro depositados, bem como existe uma defasagem em termos de salários em comparação a outras categorias. ;É um trabalho que demanda muita competência;, disse.
Ela relatou que em países como a Coreia do Sul, em cerca de três meses um registro é concedido. ;É muito rápido, porque tudo pode ser patenteado. Aqui [no Brasil], não. Realmente, tem um trabalho mais denso de busca. O examinador é uma pessoa altamente qualificada;. Por isso, confirmou que há uma falta de preparo no Brasil para essa especialidade.