postado em 17/01/2014 20:53
A faixa entre 14 e 17 anos na distribuição de pessoas ocupadas por grupos de idade é a que apresenta menores resultados (2,7%), em termos de Brasil, nos dados relativos ao segundo trimestre de 2013. As regiões Norte (3,7%) e Nordeste (3,1%) foram as que apresentaram maiores taxas. Os níveis de ocupação também são os mais baixos no mesmo período (17,5%). Os dados fazem parte dos primeiros resultados da nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta sexta-feira (17/1) pelo órgão.Para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, embora os dados possam parecer negativos, eles mostram que o jovem brasileiro está ficando mais tempo na escola. ;Nós estamos aprofundando a análise, mas um dado que me deixou satisfeita, e que inicialmente parece negativo, que é o desemprego entre os jovens, na verdade reflete uma melhoria importante;, disse em entrevista à Agência Brasil.
Na avaliação da ministra, o que está acontecendo é que tem um número menor de jovens procurando trabalho porque estão na escola. ;Significa que eles estão onde deveriam estar, que é na escola. Estão deixando de ir ao mercado de trabalho porque estão ficando mais tempo estudando, exatamente na faixa de 14 a 17 anos. Do meu ponto de vista é uma das informações que a pesquisa traz mais positiva, apesar de quem olha primeiro o dado acha que é um percentual bastante alto;, declarou.
Miriam Belchior disse que, a partir da pesquisa, vai ser possível ter um olhar mais geral da política de empregos no país. ;A PME [Pesquisa Mensal de Empregos] e a Pnad [pesquisas feitas pelo IBGE e que serão substituídas pela Pnad Contínua] têm seu valor e não são comparáveis, mas essa iniciativa tem essa importância, apesar de ser nova, e, certamente, terá ainda alguns ajustes a serem feitos;, disse.
A ministra destacou ainda que os resultados da participação da mulher no mercado de trabalho, que é menor do que a do homem, acompanham o que a PME já mostrava. ;O que tem de interessante é que, apesar de a PME e a Pnad não serem comparáveis, aparentemente elas têm a mesma tendência. O mercado de trabalho para as mulheres a gente sabe que elas ganham menos. Acho que, como as meninas já ocupam mais espaço nas escolas do que os homens, isso vai mudar com o tempo. Mas acho que a diferença de gênero, a diferença regional, também já vinham sendo apresentada na PME, que é um pouco a característica do nosso mercado de trabalho;, avaliou.
Sobre o fato da pesquisa já seguir a nova nomenclatura adotada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), Miriam Belchior disse que esta é uma preocupação do governo de deixar o mercado de trabalho nacional atualizado, que permita a leitura dos dados pelos organismos internacionais. ;O mercado de trabalho do Brasil sempre procura estar dentro das orientações mais gerais de organismos internacionais, seja de estatísticas, seja de políticas públicas em geral. Na verdade algumas das mudanças a PME já incorporou há mais tempo, mas nós queremos que o IBGE esteja no que há de melhor em termos de estatísticas;, disse.