postado em 17/01/2014 22:23
São Paulo ; Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), protestaram na noite de hoje (17) nas ruas do centro de São Paulo para pedir o esclarecimento da morte de Kaique Augusto. O adolescente de 16 anos foi encontrado morto após passar a noite do último sábado (11) em bares com amigos. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio. No entanto, a família e amigos do jovem dizem que o corpo apresentava sinais de tortura.A passeata que saiu do Largo do Arouche, onde Kaique foi visto pela última vez no início da manhã de domingo (12), também foi um protesto contra a homofobia. A suspeita é que o adolescente foi assassinado por ser homossexual. ;Nós queremos lembrar ao governo de que é preciso criminalizar todas as fobias: homofobia, transfobia, bifobia;, disse um dos organizadores do protesto, Gedilson dos Santos.
O cartunista Laerte Coutinho, que nós últimos anos adotou uma identidade feminina, disse estar ;horrorizada;com a brutalidade do crime. ;Toda essa estrutura executiva, legislativa e judiciária precisa estar atenta e compreender que a luta anti-homofobia, antitransfobia não é uma coisa que diz respeito só a uma parcela da sociedade, diz respeito a todo mundo. Não há uma sociedade que possa se dizer livre e exercer a democracia plena, se não contemplar todas essas possibilidades;, ressaltou.
Amigo de Kaique, que esteve com ele até a manhã de domingo, o estagiário de contabilidade Tiago Duarte disse que o adolescente parecia muito feliz e não dava sinais de que quisesse tirar a própria vida. ;A gente se encontrou por volta de 1h, na balada. Ficamos a noite toda andando para lá e para cá, conversando. Ele estava muito feliz, não mostrava nenhum sinal de que pudesse se suicidar;, disse o jovem que esteve com Kaique até as 6h. ;Era uma pessoa bem carismática, alegre. Adorava cantar. Sempre gravava vídeos [e postava] no Youtube cantando;, enfatizou, falando sobre o temperamento do amigo para explicar porque não acredita na hipótese de suicídio.
;A gente veio aqui para provar para o mundo inteiro que não foi suicídio, que ele foi assassinado. A gente veio pedir justiça para ele e para que não se repita;, ressaltou emocionado um dos amigos de Kaique, Diego Estevão ao cobrar investigações rigorosas para o crime.