O cineasta Eduardo Coutinho, de 81 anos, foi assassinado a facadas neste domingo (2/2) dentro de casa no bairro da Lagoa, na zona sul do Rio Janeiro. O filho, Daniel Coutinho, que supostamente sofre de esquizofrenia, é o principal suspeito. Ele também seria o responsável por esfaquear a mãe e, em seguida, teria tentado se matar.
A mulher do cineasta foi internada em estado grave no Hospital Municipal Miguel Couto (Gávea, Zona Sul do Rio). O filho foi levado para o mesmo hospital, porém apresenta ferimentos menos graves.
Segundo informações preliminares, Daniel Cotinho, ferido com duas facadas no abdomen, será preso quando deixar o hospital, onde permanece sob custódia da polícia. Não há previsão de alta.
Com mais de quatro décadas de carreira, Eduardo Coutinho era um dos principais diretores brasileiros. Ele comandou os filmes As canções (2011), Jogo de cena (2007), Edifício Master (2002), Santo forte (1999) e Cabra marcado para morrer (1985), projeto de ficção interrompido pela ditadura militar, retomado 20 anos depois.
Confira depoimento do cineasta Evaldo Mocarzel:
Estou em choque. Ao lado de Wladimir Carvalho, João Batista de Andrade e Sérgio Muniz, Eduardo Coutinho formava uma espécie de quarteto seminal do documentário brasileiro. Nem sei mais o que dizer. Uma perda imensa, com um triste fim de tragédia grega ou shakespeariana. Felizmente, a arte preserva a vida, sobretudo o cinema, com sua ;eternidade material;, como diria o grande crítico André Bazin. E Coutinho permanecerá vivo para sempre nos seus filmes, dentro e fora de quadro.
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