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Sem acordo, rodoviários mantém greve de ônibus em Porto Alegre

O Sindicato dos Rodoviários e o Seopa informou que vai descontar os dias parados e que pode haver demissões

postado em 06/02/2014 20:15
A audiência de conciliação nesta quinta-feira (6/2) à tarde, no Tribunal Regional do Trabalho da 4; Região (TRT-RS), para negociar o fim da greve dos motoristas de ônibus na capital gaúcha não evoluiu na pauta de reivindicações da categoria, que está parada há 11 dias, informou, há pouco, o diretor do Sindicato dos Rodoviários Emerson Dutra.

Ele disse à Agência Brasil que está insatisfeito com os rumos da negociação entre trabalhadores e patrões, pois, mesmo com a intermediação da Justiça do Trabalho, o único ganho obtido até agora foi no vale-alimentação, que passou de R$ 16 para R$ 19 por dia.

De acordo com Dutra, o TRT-RS só vai julgar o dissídio terça-feira (17/2). O sindicalista adiantou que a tendência é a paralisação continuar, uma vez que os donos das empresas de ônibus se mantêm irredutíveis em negar as reivindicações dos rodoviários: reajuste salarial de 14%, redução da jornada diária para 6 horas, fim do banco de horas e manutenção do plano de saúde. ;Estou indo visitar as garagens ainda hoje para sentir o ânimo da categoria;, disse, há pouco, Emerson Dutra.

O Sindicato dos Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) informou que vai descontar os dias parados e que pode haver demissões. Em audiência segunda-feira no TRT, o Seopa propôs reajuste salarial de 7,5%, aumento do vale-alimentação de R$ 16 para R$ 19 e fixação da contribuição dos empregados no plano de saúde em R$ 10, em vez de R$ 40. Também ficou combinado que não haveria desconto dos dias parados ou retaliação aos empregados. De acordo com o tribunal, a validade do acordo foi condicionada ao retorno gradual dos ônibus às ruas da capital a partir do meio-dia de terça-feira (4/2), para que 70% da frota estivessem em operação até as 16h.



Em assembleia na terça-feira, os rodoviários rejeitaram o acordo encaminhado no TRT. Assim, informa o tribunal, duas liminares deferidas anteriormente voltaram a valer: a que declarou a ilegalidade da greve, autorizando as empresas a descontar os dias parados, e a que determinou a manutenção de 70% de circulação dos ônibus nos horários de pico e de 30% no restante do dia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Na quarta-feira (5/2), a vice-presidente do TRT-RS, desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse, indeferiu os pedidos para ordenar atuação policial em frente às garagens. A solicitação havia sido feita pela prefeitura e pelo Seopa.

De acordo com a prefeitura, em 11 dias de greve, 46 ônibus foram depredados quando tentavam circular pela cidade. O último incidente ocorreu no início da manhã de ontem, com apedrejamento de um veículo da empresa VTC, do Consórcio STS. A ação partiu de motociclistas, informou a prefeitura. Hoje, cinco ônibus da linha Gasômetro, do Consórcio Unibus, tentaram sair da garagem, mas tiveram que retornar devido à ameaça de depredação. Cerca de 70% das 617 vans escolares credenciadas de Porto Alegre fazem o transporte coletivo da cidade para diminuir os transtornos com a greve.

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