Brasil

Black bloc feriu cinegrafista atingido por morteiro, diz testemunha

Homem responsável por lançar morteiro que explodiu na cabeça de um jornalista estava com o rosto coberto por lenço, segundo testemunha

postado em 08/02/2014 08:00
Pelas costas
Lançado por um homem mascarado, o rojão explodiu na nuca do cinegrafista Santiago Andrade, que registrava imagens do protesto contra aumento de passagens de ônibus
Imagens que mostram o momento em que o cinegrafista da TV Band Santiago Ilídio Andrade foi atingido por uma bomba, em uma manifestação contra aumento de passagens no Rio de Janeiro, vão ajudar nas investigações sobre o autor do atentado. Vídeos gravados por câmeras de segurança e por pessoas que estavam no protesto estão sendo analisados pela Polícia Civil para saber se o artefato foi lançado por manifestantes ou por policiais infiltrados. Na explosão, Santiago Andrade perdeu parte da orelha e sofreu um afundamento de crânio. O estado de saúde dele é considerado muito grave, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

O cinegrafista foi ferido no fim da tarde de quinta-feira, enquanto registrava a manifestação contra o reajuste de R$ 0,25 na tarifa dos ônibus urbanos da capital fluminense. Fotos e vídeos mostram o momento que Andrade está em pé, com a câmera no ombro, trabalhando no meio da praça. Em uma sequência de imagens, é possível ver um rastro de fogo perto das costas dele. Em seguida, o artefato explode na cabeça do cinegrafista. Na sequência, ele se curva, ainda com a câmera no ombro, em meio a muita fumaça e cai, desacordado. Andrade foi levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, onde passou por uma neurocirurgia, que durou cerca de quatro horas. Segundo a Secretaria de Saúde, ele respira com a ajuda de aparelhos e permanece internado na unidade de tratamento intensivo (UTI) do hospital.

Um repórter fotográfico declarou, em entrevista, ontem, à TV Globo, que viu o momento em que Andrade foi atingido. Segundo ele, um black bloc foi o responsável por acender o rojão que atingiu o cinegrafista. Ele, que pediu à polícia para não ser identificado, garantiu que sustentará o depoimento na Justiça. ;Eu estava em frente à Central do Brasil (principal terminal de trens urbanos do Rio). Do meu lado esquerdo, estavam os policiais, próximos ao muro da (base da) Guarda Municipal. Do outro lado, próximo ao Comando Militar do Leste, estavam os black blocs. Nessa hora, eu vi um deles, com calça jeans, blusa cinza clara e lenço preto no rosto, abaixado, acendendo um foguete (rojão) na direção dos policiais. Na hora que eu vi, levantei a câmera (para fazer a imagem), mas ele (homem mascarado) saiu correndo. Em seguida, o foguete explodiu quando bateu na cabeça do ;câmera; (cinegrafista), que estava filmando os policiais;, relatou o fotógrafo.

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