postado em 18/02/2014 11:33
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (18/2) uma operação para desarticular uma organização criminosa investigada por fraudes em serviços públicos como transporte e saúde em dez cidades da região sudoeste da Bahia. A estimativa é que o grupo tenha desviado cerca de R$ 60 milhões dos cofres públicos. Entre os investigados estão ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos, ex-secretários municipais e empresários cujas identidades ainda não foram reveladas.Os policiais saíram às ruas de Vitória da Conquista, Belo Campo, Bom Jesus da Serra, Dário Meira, Encruzilhada, Paramirim, Poções, Planalto, Ribeirão do Largo e Tremedal nas primeiras horas da manhã para cumprir 13 mandados de prisão temporária e 36 mandados de busca e apreensão. Um primeiro balanço das diligências vai ser feito pelo chefe da Delegacia da PF em Vitória da Conquista, delegado Rodrigo Kolbe.
Em nota, a PF informou que a Operação Grafaloon é resultado da apuração de vários inquéritos policiais instaurados desde 2009, a partir de relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre desvio e apropriação indevida de verbas públicas federais. Em 2013, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) constataram que vários inquéritos apontavam para o mesmo grupo criminoso. O esquema funcionava da seguinte forma: um grupo de empresários se associava a prefeitos das dez cidades já citadas, além dos de Anagé e Caraíbas para, por meio da simulação de licitações e contratação de empresas de fachada, desviar verbas públicas federais das áreas da saúde, educação e transporte.
O nome da operação é uma alusão a uma lenda norueguesa a respeito de uma criatura dotada de tentáculos que destrói e mata aqueles que aparecem no caminho, acumulando sobre si uma camada de cadáveres que o protege. De acordo com a PF, a quadrilha investigada operava da mesma forma, ampliando a cada ano a atuação e os valores desviados dos cofres públicos.
A PF já antecipou que os investigados serão indiciados pelos crimes de fraude em licitações, desvio de verba pública, formação de quadrilha. Se condenados, podem ser penalizados com até 46 anos de prisão.