postado em 21/02/2014 08:16
Juliane Santos, 22 anos, não sabe como vai seguir em frente. Uma das poucas certezas, no entanto, é jamais entrar em um ônibus novamente. Ela é uma das vítimas dos ataques ordenados por detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, em represália a uma operação da Tropa de Choque da PM no local.
Em 3 de janeiro, a jovem estava no coletivo que fazia a linha Vila Sarney Filho, por volta das 19h30. No atentado, uma das filhas dela, Ana Clara, de seis anos, ficou gravemente queimada e morreu três dias depois. Mas a mãe só soube da morte da menina na semana passada, aqui em Brasília.
Um mês e meio depois, Juliane ainda está em processo de recuperação ; sem o apoio que tinha sido prometido pelo governo do Maranhão, após os atentados.
[SAIBAMAIS]Sob efeito de cinco tipos de calmantes, Juliane entende os motivos que levaram a família a esconder dela a morte da filha. ;Eles foram muito corajosos. Eu estava muito fragilizada. Quando minha irmã me contou, saí do meu juízo normal. Mesmo com dor, me joguei no sofá. Não fossem as queimaduras, teria saído correndo, sem rumo. Estava desvairada;, diz. Ela teve 45% do corpo queimado e hoje vive uma rotina voltada ao tratamento, que inclui três visitas semanais ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), sessões de fisioterapia e exercícios físicos, atendimento psiquiátrico e psicológico, além de pomadas, óleos e comprimidos.
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