Brasil

Liberados os 260 manifestantes detidos em protesto em São Paulo

Durante o protesto, agências bancárias foram depredadas e manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto.

postado em 23/02/2014 14:53
Os 260 manifestantes detidos no protesto de ontem (22) contra a Copa do Mundo foram liberados, informou a Secretaria do Estado de Segurança Pública. Eles haviam sido encaminhados a sete distritos policiais (DP) da região central da capital paulista: 1; DP na Liberdade, 2; DP no Bom Retiro, 3; DP no Campos Elísios, 4; DP na Consolação, 5; DP na Aclimação, 8; DP no Brás e 78; DP no Jardins.

A manifestação reuniu aproximadamente mil pessoas e partiu da Praça da República, no centro da cidade. Durante o protesto, agências bancárias foram depredadas e manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto.

O tumulto começou na Rua Xavier de Toledo, região central, com a depredação de agências bancárias. Alguns participantes mascarados foram isolados por um cordão formado por homens da Força Tática. A Polícia Militar informou ter encontrado com alguns dos detidos máscaras, spray, estilingues, bolas de gude, correntes e porções de maconha.

Funcionários do Metrô encontraram uma mochila com coquetel molotov na Estação Ana Rosa, zona sul da cidade. De acordo com a PM, o sistema de monitoramento por vídeo da estação registrou o momento em que um manifestante abandona a mochila.

Jornalistas relataram ter sofrido agressões. Segundo o Portal Terra, o fotógrafo, Bruno Santos, levou golpes dos policiais nas costas. Ele caiu, torceu o pé, precisou ser encaminhado a um hospital e relatou que o equipamento foi destruído por golpes de cassetete. O jornal Folha de S.Paulo informou que o repórter, Reynaldo Torullo, levou uma gravata de um PM, foi arrastado e jogado ao chão. O jornal O Globo noticiou que o repórter, Sérgio Roxo, filmava a confusão com um celular, quando foi imobilizado por um policial com um golpe no pescoço e teve o aparelho quebrado. O repórter do Portal G1, Paulo Toledo Piza, ficou retido por 30 minutos e impedido de trabalhar.

Na página do protesto no Facebook, o coletivo Se não tiver direitos, não vai ter Copa reclamou da atuação policial. ;Antes do início da marcha, fizeram um desfile militar provocando manifestantes, semelhante ao da época da ditadura, para tentar amedrontar os manifestantes. Não conseguiram. O ato seguiu forte, composto por diversos grupos, até a altura do metrô do Anhangabaú quando o efetivo desproporcional da PM se lançou sobre um grupo de manifestantes. Agressão, transgressão dos direitos e prisão em massa. Advogados presentes que acompanhavam a abordagem absurda foram agredidos por policiais e impedidos de realizar o seu trabalho;, diz o comunicado. O grupo informa que vai convocar, em breve, um novo ato contra a Copa.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança ainda não se manifestou sobre a atuação dos policiais.

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