postado em 11/03/2014 08:12
Em meio a pior crise enfrentada pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) desde o início da política, em 2008, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro decidiu implementar o 38; projeto esta semana, na Vila Kennedy, Zona Oeste da capital fluminense. A atenção das autoridades, entretanto, estão voltadas para o Complexo do Alemão, a Rocinha e o Pavão-Pavãozinho. Tais favelas, que já foram pacificadas, concentram a resistência por parte de traficantes e têm sido palco da morte de policiais militares. Com o assassinato do soldado Rodrigo de Souza Paes Leme, na última quinta-feira, no Alemão, chega a 10 o número de PMs mortos em serviço nas UPPs. Para as três comunidades foco do problema, o governo do Rio não descarta uma reocupação com o uso das Forças Armadas e da Polícia Federal.
;Chamar o Exército seria um reconhecimento dos problemas que o projeto enfrenta. Lançar mão, novamente, de uma ajuda concebida para ser temporária mostra as deficiências que não são de hoje, elas já vinham de bastante tempo;, afirma o sociólogo Ignácio Cano, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Para ele, a crise atual na política das UPPs não vêm somente da falta de investimento social previsto no projeto das polícias pacificadoras, mas também no formato em que vem sendo implantado. ;É algo que sempre defendíamos, desde o início, que as UPPs fossem implantadas nas comunidades mais violentas, e não predominantemente na Zona Sul;, diz Cano.
Retomada
Com a 38; UPP, fica mais perto a meta do governo do Rio de Janeiro de instalar 40 até o ano que vem. A Vila Kennedy será a terceira favela na Zona Oeste a receber uma UPP. As outras duas são Cidade de Deus, em Jacarepaguá, e Batan, em Realengo. O número de pessoas beneficiadas pela política chega a 1,5 milhão em 257 territórios retomados pelo Estado.
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