postado em 13/03/2014 15:13
O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta quinta-feira (13/3) que o combate ao crime organizado poderá ter ações "tristes e desagradáveis;. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa sobre a instalação de nova Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Villa Kennedy, na zona oeste da cidade.De acordo com Beltrame, a expansão das unidades de pacificação incomoda o tráfico de drogas, que reage à perda de domínio nas favelas ocupadas atacando policiais. O secretário classificou os ataques, que já vitimaram três policiais militares em serviço somente este ano, como ;terrosismo" e prometeu trabalhar pelo fim da "tirania" do tráfico sobre a população nas comunidades.
"Essas [os ataques] são mais uma ação tirana e covarde do tráfico de drogas que se vê com espaço diminuído. Agora, não serei leviano em dizer que não teremos ações tristes e desagradáveis no decorrer desse processo [de enfrentamento]", declarou, antes de esclarecer quais seriam as ações: "Tiros. coisa com a qual o Rio convive há 30 anos e nunca ninguém fez nada;. Segundo ele, não há como retirar imediatamente armas ilegais das ruas.
O secretário não explicou como o governo pretende proteger a população durante as eventuais "ações tristes e desagradáveis". Afirmou, porém, que os resultados da política de segurança atual são "concretos e efetivos" a violência nas comunidades, que vitimou também o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, torturado e morto por PMs, não podem ameaçar a expansão das UPPs. ;Estamos longe do ideal. Mas as comunidades ocupadas estão muito melhores do que eram;, declarou.
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Beltrame reconheceu a fragilidades nas unidades do Complexo do Alemão, na zona norte, e na Rocinha, na zona sul e disse que a solução passa pela urbanização. ;Estamos com alguns problemas, em duas áreas de um total de 38. São as duas áreas mais populosas, com cerca de 100 mil habitantes cada;, afirmou. Ele cobrou obras de acessibilidade nas favelas que facilitem o trânsito e a entrada de carros. Para ele, a situação deixa os policiais mais vulneráveis aos ataques.
[SAIBAMAIS];São áreas imensas, de uma total desordem urbana. É muito mais fácil atacar a polícia em um beco do que em lugar onde exista visibilidade e acessibilidade;, afirmou.
O governador do estado, Sérgio Cabral, que acompanhou a operação na Vila Kennedy do centro de comando, também defendeu a manutenção da política das UPPs. ;É uma [UPP] após a outra, reforçando [ao mesmo tempo] aquelas onde há problemas, como a Rocinha e Alemão e que eram as centrais de duas facções criminosas e onde a complexidade é maior;, afirmou.
Sobre a instalação da nova UPP, na zona oeste, o secretário de Segurança do Rio disse que a operação envolveu 260 policiais. Desde a madrugada, foram presas pelo menos oito pessoas, sendo três em flagrante e as demais com mandado. Ações paralelas foram realizadas em 20 comunidades do entorno. As aulas foram suspensas nas escolas municipais e estaduais.