O promotor de Justiça Carlos Eduardo Seabra começará a analisar hoje o inquérito policial que indiciou o sanfoneiro César Carvalho, o Cezzinha, por lesão corporal leve. O laudo traumatológico do Instituto de Medicina Legal (IML) comprovou que a advogada Fabiana Fernandes, 33 anos, foi vítima de agressão. A defesa do músico afirmou que mesmo com o resultado ele permanecerá em silêncio até a decisão do Ministério Público, que pode denunciá-lo à Justiça, pedir novas diligências ou solicitar o arquivamento do processo. Ontem, Fabiana afirmou que Cezzinha chegou a lhe oferecer dinheiro após ela prestar queixa das agressões à polícia.
;Ele chegou com uma certa quantia achando que podia me comprar, creio eu. Ele disse: ;você quer que eu lhe perdoe?;. Uma hora ele diz que ofereceu R$ 8 mil, outra hora ele diz que eu pedi R$ 60 mil, mas não pedi nada a ele;, contou. Segundo a advogada, o músico foi pessoalmente na residência dela para entregar o dinheiro, mas ela não teria aceitado.
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Fabiana, no entanto, afirmou que não revelou essa informação durante as investigações policiais. Fabiana também comentou a entrevista coletiva de Cezzinha, na última quarta-feira, em que nega ter praticado agressões contra ela e a cantora Elba Ramalho, com quem foi casado. ;Achei que ele poderia ter lido menos, rido menos e ter falado realmente o que sente. Achei muito irônico tratar um crime de violência contra a mulher rindo;.
Na coletiva, o músico leu um comunicado de quatro páginas. Disse ser vítima de uma campanha difamatória. A delegada Gerluce Almeida, responsável pelo inquérito, informou ontem que não iria comentar o indiciamento de Cezzinha pois o caso corre em segredo de Justiça. No laudo do IML, o médico legista Mauro José Catunda Luna afirmou que a vítima sofreu sequelas provocadas por instrumento contundente.
O advogado do músico, Arnaldo Escorel, disse que não irá comentar o resultado do inquérito. ;É só um procedimento. Vamos aguardar a decisão do Ministério Público;. A defesa não descarta processar a advogada se a Justiça arquivar o processo. A pena máxima por lesão corporal leve é de um ano de detenção, mas a privação de liberdade pode ser revertida pela restrição de direitos, como a obrigação de estar em casa até as 23h.