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Polícia investiga intoxicação de 103 pessoas em escola de Rio das Ostras

Para o comandante, o tipo de intoxicação lembra o que é causado pelo gás de pimenta

postado em 14/03/2014 21:04
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando as circunstâncias em que 103 pessoas se intoxicaram nesta sexta-feira (14/3) em uma escola de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, possivelmente após a detonação de um dispositivo com efeitos semelhantes aos dos detonadores de gás de pimenta. De acordo com a Polícia, o registro da ocorrência na Escola Inayá Moraes do Couto foi feito na 128; Delegacia Policial por uma representante da Secretaria de Educação do municipio.

O delegado Diogo Teixeira Schettini pediu uma lista completa com os nomes das pessoas que estavam na escola e possam ajudar na investigação. Schettini disse que tentará localizar câmeras de seguranças nas proximidades da escola para analisar e identificar possíveis suspeitos.

A secretária de Saúde, Ana Cristina Guerrieri, que também é pediatra, informou à Agência Brasil que, no pronto-socorro, foram atendidas 48 pessoas, entre funcionários e alunos, com idade acima de 13 anos. Para a emergência pediátrica do Hospital Municipal, foram levadas 55 alunos com menos de 13 anos. ;Alguns precisaram de soro, outros de nebulização e alguns foram apenas examinados, até porque, em uma situação dessas, há pânico, mas, às 13h, todos já estavam liberados.;

Ana Cristina disse que, diante do grande número de pessoas intoxicadas foram deslocados médicos de outras unidades hospitalares para reforçar o atendimento. ;Sou médica e tenho dois subsecretários, também médicos, e todos nós nos envolvemos. Mobilizamos equipes e chamamos médicos que estavam em outros setores, até para dar conta de uma demanda muito superior à do cotidiano em um curto espaço de tempo;, explicou.



Os bombeiros foram os primeiros a prestar atendimento às pessoas intoxicadas. O comandante da PM em Rio das Ostras, capitão Rafael Brazão, disse à Agência Brasil que, por volta das 9h, o pai de uma criança procurou o quartel, que fica perto da escola, e informou o que estava acontecendo. Quando os bombeiros chegaram, os funcionários e os alunos, em pânico, reclamavam de irritação nos olhos, queimação na garganta, enjoo e falta de ar. Todos foram levados para o atendimento médico em ambulâncias da prefeitura e em três vans de motoristas particulares que se dispuseram a ajudar.

Segundo Brazão, os bombeiros fizeram uma vistoria em todas as instalações e não encontraram qualquer artefato capaz de ter provocado o problema e descartaram a possibilidade de vazamento de gás de cozinha. ;Olhamos lá e não encontramos nada que indicasse qual o produto químico que foi acionado na escola. A suspeita é que tenha sido no banheiro, mas não encontramos nenhum dispositivo. Gás [GLP], temos certeza de que não foi, porque ele não provoca essa reação no organismo ; irritar os olhos e causar asfixia ; e verificamos que não tinha vazamento.;

Para o comandante, o tipo de intoxicação lembra o que é causado pelo gás de pimenta. "A irritação nos olhos e nas vias respiratórias é própria desse tipo de spray. O spray de pimenta é mais fácil de ser encontrado e comprado que qualquer outro tipo de gás;, afirmo. Brazão disse que o atendimento inicial e a fiscalização na escola foram feitos por 16 bombeiros e que não foi preciso chamar profissionais de outros quartéis para ajudar.

Em nota, a prefeitura de Rio das Ostras informou que a escola funcionou normalmente à tarde, depois que os bombeiros descartaram a possibilidade de risco para os alunos e funcionários.

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