A Polícia Federal prendeu preventivamente três suspeitos, no Distrito Federal, suspeitos de participação em organizações criminosas que teriam lavado uma quantidade superior a R$ 10 bilhões, segundo informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf/MF), obtidas pela PF. Um deles é Carlos Chater, dono de um dos maiores postos de combustíveis da área central de Brasília, próximo à Torre de TV, onde também funciona uma lavanderia e uma casa de câmbio. Ele é ligado ao doleiro Fayed Antoine Traboulsi.
A Operação, intitulada Lava-Jato, foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (17/3) em mais seis estados. Só no DF foram expedidos seis mandados de prisão preventiva: três cumpridas aqui; uma em Balneário Camboriú (SC); e outra no Rio de Janeiro. Um suspeito está foragido.
No total foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva, em 17 cidades: Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba, em São Paulo; Brasília, Águas Claras e Taguatinga Norte, no Distrito Federal; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Rio de Janeiro; e Cuiabá, no Mato Grosso. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal no Estado do Paraná.
Bens apreendidos
Vários carros de luxo, jóias e relógios foram apreendidos nas cidades. Mandados de sequestro de hotéis foram cumpridos em Londrina (PR), São Paulo e Porto Seguro (BA) e os prédios foram lacrados pela polícia. Até obras de arte foram apreendidas, no Paraná.
Além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil, o grupo é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como o tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos. O nome da operação é uma menção ao fato de que o bando usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores sem levantarem suspeitas.