Os funcionários técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20/3). Eles aderiram à paralisação iniciada pelos servidores de mais três universidades federais do Rio, iniciada na segunda-feira (17): Universidade Federal Fluminense (UFF), Uni-Rio e Universidade Rural (UFRRJ). Das 59 universidades federais do país, mais de 48 aderiram ao movimento.
Leia mais notícias em Brasil
De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Francisco de Assis, a principal reivindicação da categoria é o cumprimento integral do acordo de greve de 2012, em especial os pontos que tratam de repercussão financeira. ;O governo respondeu a algumas reivindicações, mas não a parte econômica. Foram mais de 30 mesas de negociação e nenhum resultado concreto, oficial, foi dado pelo governo sobre a questão salarial;.
Segundo ele, a categoria tem o menor piso dos servidores públicos do Executivo e a principal luta é o reajuste do salário-base que hoje é R$1.040. A última reunião entre a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e o governo ocorreu em janeiro.
[SAIBAMAIS]Assis disse que outra reivindicação é a revogação da lei que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação, criada para administrar os hospitais universitários e que tem "personalidade jurídica de direito privado. ;Essa empresa vai mudar a relação contratual dos trabalhadores. Deixaremos de ser estatuários para sermos celetistas. Teremos dois regimes diferentes em um mesmo local, com tabelas de salários diferentes e regras diferentes, o que certamente, vai gerar conflitos internos;.
Também faz parte das reivindicações dos grevistas a racionalização dos cargos. ;Com a mudança do mundo de trabalho, entendemos que alguns cargos devem ser extintos e outros criados, além das fusões;, explicou o sindicalista. Outro ponto do acordo de greve, que ainda não foi cumprido pelo governo, segundo Assis, é uma solução para os casos dos aposentados que desceram de nível na progressão salarial com a transposição de uma carreira para outra, em 2005.
A assessoria da UFRJ informou que a universidade não irá se manifestar sobre a paralisação. Disse ainda que todas as atividades do hospital universitário Clementino Fraga Filho serão mantidas, tanto atendimento médico como os serviços administrativos. O pagamento de bolsas de assistência aos estudantes e os biotérios da universidade, que conservam animais para serem utilizados em experimentos científicos, também vão continuar. A assessoria informou que as equipes de segurança dos campi continuarão trabalhando, por ser considerada atividade essencial da universidade, assim como os restaurantes universitários, por serem terceirizados.