postado em 27/03/2014 20:27
A Justiça do Rio determinou nesta quinta-feira (27/3) a prisão de mais dois policiais militares envolvidos na morte da auxiliar de serviços gerais, Claudia Silva Ferreira, 38 anos, ocorrida no dia 16 deste mês, durante operação policial do 9; Batalhão da Polícia Militar (PM), no Morro da Congonha, em Madureira. zona norte da capital fluminense.O primeiro-tenente Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a operação, e o segundo-sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, tiveram prisão temporária, por 30 dias, decretada pelo juiz da 3;. Vara Criminal da capital, Murilo Kieling. O juiz também revogou a prisão preventiva de Ronald Felipe dos Santos, 18 anos, decretando a prisão temporária, também por 30 dias. Ronald, que foi preso durante a operação, testemunhou o disparo que atingiu a auxiliar de serviços gerais, e admitiu que já teve ligação com o tráfico de drogas e de ter tentado matar PMs que participaram de uma operação no morro.
Já os PMs que estavam na viatura em que Claudia Ferreira foi arrastada continuam em liberdade. Entretanto, o juiz aplicou medidas em substituição à prisão cautelar dos três. Rodney Miguel Archanjo, Adir Serrano Machado e Alex Sandro da Silva Alves estão proibidos de realizar atividades voltadas ao trabalho externo de segurança pública em vias públicas; de se aproximar a menos de 300 metros da comunidade da Congonha; e de ter contato com qualquer testemunha do inquérito, inclusive por meio telefônico ou eletrônico.
[SAIBAMAIS]O juiz destacou, também, em sua decisão, informações do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro questionando melhor apuração dos fatos, principalmente em relação à forma adotada "para a imediata retirada da vítima do local, ao que tudo indica já sem vida, e a forma como Cláudia Silva Ferreira foi conduzida ao hospital objetivando o atendimento médico-hospitalar".
Murilo Kieling disse, ainda, que o assassinato de Cláudia Silva Ferreira, uma mulher humilde e moradora da comunidade, deve ser tratado como relevantíssimo fato social, exigindo o total esclarecimento de todos os fatos que rodeiam o caso: "Abatida por arma de fogo típica de guerra, imediatamente removida do local e conduzida como um animal na caçamba de um carro [da polícia], com o absoluto desprezo de sua elementar dignidade, a ponto de ter o corpo arrastado pelas ruas da cidade".
O Ministério Público aceitou o pedido de liberdade, feito pela defesa dos três militares que conduziram a vítima, no dia 19 deste mês. De acordo com o promotor Paulo Roberto Mello Cunha, da Auditoria da Justiça Militar Estadual, em seu parecer à época, "ainda não há elementos suficientes para fazer uma denúncia que mantenha os acusados na prisão".