postado em 28/03/2014 15:58
Depois de pouco mais de três meses de instalada, a Companhia Destacada do Morro do Estado, no centro de Niterói, ganhou nesta sexta-feira (28/3) uma nova base, construída pela prefeitura. Até então, a unidade funcionava em contênieres, que foram substituídos por uma casa de dois andares, em um dos pontos mais altos da favela.A companhia conta com um contingente de 130 policiais militares e está ligada ao 12; Batalhão de Polícia Militar. Seu trabalho, segundo a prefeitura, será acompanhado de uma reestruturação urbana no Morro do Estado, envolvendo várias secretarias municipais. "Não podemos colocar nas costas de policiais todas as obrigações que são de uma política de educação e de assistência social, por exemplo", disse o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
De acordo com o governador Sérgio Cabral, que inaugurou a base, a região de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí tem uma média de homicídios por 100 mil habitantes superior ao resto do estado. Enquanto o estado tem uma média inferior a 30 mortes, os três municípios registraram média de 52 em 2013, e caiu para 35 no primeiro bimestre de 2014, depois da instalação de uma delegacia da Divisão de Homicídios.
Na instalação da companhia, Cabral pediu cordialidade na relação entre policiais e moradores, e disse que uns devem ser tolerantes com os outros, afirmando que são minoria os policiais desonestos e os moradores favoráveis à continuidade do poder paralelo. O governador não adiantou se a intenção é transformar a companhia em uma Unidade de Polícia Pacificadora, apesar de ele e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, já terem comentado que faz parte do planejamento levar o programa à região também chamada de "Grande Niterói".
Ao participar do evento, Cabral não comentou a possibilidade de a ocupação do Complexo da Maré ser no próximo domingo (30). Policiais militares vêm realizando operações há uma semana em favelas do complexo e, na última segunda-feira (24), o governador anunciou que as tropas pedidas ao governo federal atuarão apenas na região, que fica entre três vias expressas e tem mais de 100 mil habitantes, na zona norte do Rio.