O Brasil é um dos países com maior ocorrência de crimes cibernéticos no mundo e para preparar o país contra ataques às suas redes de informação durante a Copa do Mundo, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2016, policiais que atuam na área de inteligência iniciaram nesta segunda-feira (31/3) cursos de capacitação promovido pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça.
De acordo com o diretor de Projetos Especiais da secretaria, William Marcel, responsável pela organização do curso, ;essa é uma das maiores preocupações da secretaria em relação à Copa, pois a imprensa de todo o mundo vai estar aqui e não podemos permitir ataques aos nossos sistemas de comunicações. Por isso, profissionais da área de inteligência que vão atuar no evento estão sendo capacitados para enfrentar esse tipo de crime;.
Marcel explica que a melhor maneira de lidar com o problema é a prevenção. Para isso, as ações preventivas utilizarão ;tecnologias bastante avançadas, a partir do monitoramento de redes paralelamente à ação da Polícia Judiciária para identificar e prender os criminosos;.
Em pesquisa realizada pela empresa norte-americana Norton, especializada em antivírus, o Brasil ocupava em 2011 o quarto lugar, em uma lista de 24 países, com maior quantidade de crimes cibernéticos aplicados. Somente as redes do Governo Federal recebem, de acordo com a Polícia Federal, mais de 2 mil ataques por hora. Além disso, mais de 80% dos usuários da internet já foram vítimas desse tipo de crime. A cada 11 dias, uma nova vítima de crime cibernético é registrada no país. De acordo com a secretaria para grandes eventos, Calcula-se que, anualmente, o prejuízo chegue a R$ 15 bilhões.
[SAIBAMAIS]Os cursos vão até o dia 4 de abril, na Escola de Administração Fazendária. No currículo, há matérias como inteligência e investigação de crimes cibernéticos, aspectos legais dos crimes cibernéticos, noções de análise e monitoramento de redes sociais e medidas de inteligência para o combate à intolerância esportiva.
;O Curso de Inteligência e Investigação de Crimes Cibernéticos visa a capacitar profissionais da área de segurança pública na análise e produção de conhecimento a partir de dados e informações que circulam no ambiente cibernético, possibilitando mitigar vulnerabilidades que ameaçam a segurança das instituições de Estado e dos próprios eventos programados, bem como para identificar e enfrentar a criminalidade praticada na rede mundial de computadores;, disse o diretor de inteligência da Sesge, Rodrigo Morais Fernandes. O curso tem a participação de profissionais das polícias Militar e Civil e das secretarias de Segurança Pública dos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e Rio Grande do Sul. Participam, também, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança.