Brasil

Operação de ocupação na Maré não tem hora para ser concluída

As tropas federais chegaram ao complexo no início da manhã de hoje

postado em 05/04/2014 12:26

As tropas federais chegaram ao complexo no início da manhã de hoje

A operação de ocupação do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, não tem hora para ser concluída. As tropas federais chegaram ao complexo no início da manhã de hoje (5) e começaram a operação fazendo um perímetro de isolamento em todas as saídas das 15 comunidades, localizadas entre três vias expressas: Avenida Brasil, Linha Amarela e Linha Vermelha.

Os 2,7 mil homens têm apoio de 20 blindados, além de jipes equipados com metralhadoras, e, a partir das entradas, estão percorrendo o interior do complexo, que tem 130 mil habitantes. A ocupação vai durar ao menos até o dia 31 de julho.

Na tentativa de se comunicar com a população, os militares percorrem a comunidade em um veículo com alto-falantes avisando da ocupação: "Atenção, comunidade: a Força de Pacificação agradece a sua colaboração. Estamos presentes para proteger você e sua família. A pacificação da sua região também depende de você. Estamos trabalhando para a sua segurança".


Os moradores, no entanto, têm opiniões diferentes sobre a operação. Um mecânico, que não quis se identificar, conversou com a Agência Brasil, com a filha de 6 meses no colo, na Comunidade do Timbau, e demonstrou ceticismo.

[SAIBAMAIS]"Não é segurança que eu sinto com tantos soldados armados na rua. As pessoas se sentem até inibidas de sair de casa. Mas acho que vai ficar mais seguro, só que nunca fica 100%", disse, acrescentando que "se você for nas escolas, vai ver que é tudo precário. Se elas fossem melhores, não precisaria de tanta polícia".

Hospedada na casa do irmão, uma mulher, que também não quis se identificar, manifestou otimismo. "Isso está sendo maravilhoso. Muito bom mesmo. Com certeza vou ficar bem mais tranquila pelo meu irmão e a família dele".

A maior parte dos moradores, no entanto, ainda evita dar entrevistas. Uma moradora da comunidade que levava a filha de 7 anos ao dentista, respondem com indiferença. "Pra mim, está tudo tranquilo. Mas já estava antes".

Um ambulante, que trabalha na Maré há 15 anos, também manifestou otimismo. "Aqui já é bom e vai ficar bem melhor. Violência tem em todo lugar".

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