Brasil

Integrantes do MST cobram audiência para desocupar prédio do Incra em SP

A ocupação do MST integra a jornada promovida pelas centrais sindicais nesta quarta-feira

postado em 09/04/2014 13:51
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) mantêm há mais de cinco horas a ocupação do prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital paulista. Eles pedem uma reunião com a direção da autarquia em São Paulo. O movimento diz que cerca de 100 pessoas estão no local.

[SAIBAMAIS]A ocupação do MST integra a jornada promovida nesta quarta-feira (9/4) pelas centrais sindicais. Na capital, cerca de 8 mil pessoas participaram de uma marcha na região central da cidade. De acordo com Igor Felipe Santos, um dos coordenadores estaduais do MST, a ocupação tem como objetivo chamar a atenção do Poder Público para a reforma agrária, a desapropriação de terras, as políticas para o desenvolvimento agrícola e um crédito maior voltado à agricultura. ;A reforma agrária está parada. Temos mais de 3 mil famílias acampadas há mais de seis anos em todo o estado;, disse ele.



Gerson de Souza, que também faz parte da coordenação estadual do MST, destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura nos assentamentos. ;Hoje, boa parte dos assentamentos do estado de São Paulo está em uma situação de precariedade. Há a questão das estradas, do acesso à água. Muitos ainda não têm poços perfurados. Na educação, faltam escolas nos assentamentos. O acesso à saúde também é bastante difícil, não têm postos de saúde, muitos têm que andar 70 quilômetros até a cidade mais próxima;, declarou.

A militante Antônia Belarmina Santos, de 65 anos, participou da ocupação. Ela espera há 12 anos que a área onde vive, no distrito de Perus, zona noroeste de São Paulo, seja legalizada. ;Lá eu planto de tudo, tem todo tipo de fruta, abacate, banana, manga, muita fartura, apesar de não termos a área legalizada;, contou.

Em nota, a assessoria de imprensa do Incra informou que aguarda o documento com as reivindicações do movimento para se posicionar. ;Esclarecemos que ainda não recebemos a pauta do movimento social, mas estamos dialogando com os manifestantes. Esperamos que a desocupação da superintendência regional ocorra de forma pacífica, o mais brevemente possível;, diz a nota. De acordo com a assessoria, a reunião solicitada pelos militantes deve ser marcada para hoje.

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