Brasil

Desalojados de ocupação no Rio querem aluguel social e casa própria

postado em 14/04/2014 20:40
Os desalojados da ocupação de prédio da Oi aceitaram hoje (14) terminar o acampamento de protesto que faziam, desde a última sexta-feira (11), em frente à prefeitura do Rio de Janeiro, em troca de serem incluídos em um cadastro para ganharem aluguel social e futuramente participarem de programas habitacionais. A decisão foi tomada após reunião entre lideranças dos desalojados e membros da prefeitura, com a participação da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

;Estamos confiantes. Fizemos exigências e eles atenderam. Está escrito aqui no papel. Amanhã (15) eles vão dar [o documento] assinado pelo vice-prefeito [Adilson Pires] e o pessoal da Secretaria de Habitação. Sem o cadastro, não tem como caminhar. Vai vir o aluguel social, mas com a garantia de que não vão ser só três meses de enganação. Vai ser por tempo indeterminado, até sair a moradia do povo;, disse a líder social Francisca Trajano de Lima, que representou a comunidade do Rato Molhado, que fica em frente ao prédio abandonado da Oi.

Para o líder comunitário Rodrigo Moreira, de Manguinhos, a iniciativa da prefeitura, de cadastrar os moradores, é apenas o primeiro passo. ;Em princípio, todas as famílias serão cadastradas. Amanhã será outro passo. Queremos habitação. Quem não tem onde morar, que está na rua, vai para um abrigo. Vamos todos nos cadastrar;, disse ele.

O integrante da Comissão dos Direitos Humanos da OAB, Rodrigo Mondego, acompanhou a reunião e disse esperar que as autoridades municipais honrem a palavra empenhada. ;Eles colocaram no papel que iriam avaliar [a situação], então nós esperamos que isso aconteça. Eles disseram que, com esse cadastro, poderão propor uma política pública [de habitação]. Então nós esperamos que eles cumpram e garantam esse direito humano fundamental, que é o direito à moradia. A prefeitura do Rio de Janeiro deu a palavra dela, que iria assistir quem necessitasse. Fomos testemunhas da palavra empenhada;, disse Mondego.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social divulgou nota, no início da noite, dizendo que pelo menos 300 pessoas seriam atendidas ao longo do dia. Quem não pudesse ser cadastrado, segundo a secretaria, receberia uma senha numerada, para ser atendidas ao longo desta terça-feira. O prédio abandonado da Oi, no bairro do Engenho Novo, foi ocupado durante 11 dias por milhares de pessoas, vindas de diferentes comunidades. Entre elas, um ponto em comum é a busca da casa própria, pois a maioria não suporta mais pagar o preço dos aluguéis nas favelas, que praticamente dobraram de valor nos dois últimos anos.

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