Helena Mader
postado em 16/04/2014 06:04
Uma casa com vista para o mar não é sinônimo de tranquilidade para mais de 2 mil famílias cearenses. Comunidades de baixa renda instalaram-se na região do Porto do Mucuripe e agora enfrentam o medo e as consequências de remoções em massa. Parte das famílias construiu as moradias de forma irregular. Os imóveis tornaram-se o empecilho do governo do Ceará para a reforma dos arredores do porto. As obras foram contempladas pelo pacote de recursos destinados à Copa do Mundo. Só o terminal marítimo consumiu R$ 202 milhões, alocados para a expansão da estrutura.
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Outra obra que causa impacto na cidade é a construção do veículo leve sobre trilhos. Existem cerca de 20 bairros instalados na linha pela qual o VTL passará. A maioria foi removida, sob protestos e denúncias de uso de violência. Hoje, a série Cais do abandono relata a situação dos desabrigados na região do terminal marítimo de Fortaleza, uma das áreas mais impactadas pela remoção forçada de famílias, e o impacto dessas medidas na vida de crianças e adolescentes que viviam ao lado da região portuária.
A manhã em que máquinas da prefeitura demoliram os barracos das 400 famílias, no bairro Alto da Paz, é lembrada como ;o dia do desespero;. A comunidade ergueu-se em cima de uma duna, com vista para o Porto do Mucuripe. Nesse terreno, será construído um conjunto habitacional, destinado a pessoas de baixa renda, com 1.472 moradias para a população das comunidades de duas outras áreas irregulares, Titanzinho e Servluz, com promessa de saneamento básico, água, sistema viário e iluminação.
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