postado em 20/04/2014 10:56
Com 250 quilos de explosivos, a prefeitura do Rio de Janeiro implodiu, às 7h deste domingo (20/4), mais 300 metros do Elevado da Perimetral. As detonações fizeram parte da terceira das cinco etapas da derrubada, que agora será feita apenas com o desmonte da estrutura remanescente sobre a Avenida Rodrigues Alves, na zona portuária do Rio. Ao todo, 1.750 metros já foram destruídos.
O trecho implodido neste domingo de Páscoa se estendia do 1; Distrito Naval à sede da Polícia Federal. A área, que inclui a Praça Mauá, é uma das principais apostas da prefeitura na revitalização da zona portuária. Além de incluir prédios icônicos da cidade como o Edifício A Noite, sede histórica da Rádio Nacional, e o Píer Mauá, a praça vem recebendo novos equipamentos culturais, como o Museu de Arte do Rio, já inaugurado, e o Museu do Amanhã, que ainda está em construção.
"É uma parte importante que está sendo devolvida à população. A Praça Mauá é um marco histórico dessa cidade", disse o prefeito Eduardo Paes, que acionou o detonador da implosão. "A gente espera devolver esses espaços à população como espaços de convívio, de caminhada e de lazer. Enfim, tirando esse monstrengo da nossa frente, a cidade vai se encontrando com o mar".
A demolição desse trecho gerou em torno de 10 mil toneladas de entulho, que devem levar até 30 dias para serem removidas. O impacto de todo esse peso foi absorvido por uma camada de material retirado das escavações do túnel, que receberá a via expressa substituta do elevado, além de colunas de pneus e sacos de areia. A liberação do trânsito no trecho da Avenida Rodrigues Alves, que estava em uso antes da demolição, no entanto, está programada para o dia 24, depois do feriadão que, no Rio, é prolongado com o Dia de São Jorge (23 de abril).
Equivalente à carga de 300 a 400 caminhões, o entulho será reciclado e ficará em um depósito na própria zona portuária, guardado para a pavimentação das ruas da região. A previsão do diretor presidente da Concessionária Porto Novo, José Renato Ponte, é que até o fim do ano a perimetral seja inteiramente demolida, para que a revitalização do porto termine no primeiro semestre de 2016.
A demolição do trecho foi feita por implosão, devido ao tipo de estrutura usada na construção, explicou Ponte: "Se fosse feito o desmonte nessa parte, os cabos de aço poderiam chicotear as equipes de trabalho". A parte restante, em que há vigas, poderá ser desmontada, o que também vai evitar que o viaduto cause danos aos armazéns da Avenida Rodrigues Alves, muito próximos à estrutura.