postado em 02/05/2014 16:28
O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira caiu de 10,5% na quinta-feira (1;/5) para 10,4% nesta sexta-feira (2/5), patamar mais baixo da história, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Na mesma data do ano passado, o índice estava em 62,6%. Os reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, além de liberar água para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior do estado.Em resolução conjunta, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo reduziram, no dia 30 de abril, o limite de captação de água dos Sistema Cantareira. O volume máximo de retirada para abastecer a Grande São Paulo foi reduzido de 24,8 metros cúbicos por segundo (m;/s) para 22,4 m;/s. Segundo os órgãos, o volume contempla a média de captação que está sendo feita na prática, já que, do dia 1; a 25 de abril, a média de retirada para abastecer a região metropolitana de São Paulo foi 21 m;/s (87% do autorizado). A vazão será reavaliada em 15 dias.
Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Cantareira, o volume útil do sistema deverá se esgotar no início de julho. A pior situação e do reservatório Jaguari-Jacareí, que atualmente está com apenas 3,7% da capacidade útil e deverá atingir o volume mínimo ainda durante o mês de maio. A partir do fim da reserva útil, passará a ser usado o chamado volume morto, ou reserva técnica ; água que está abaixo do sistema de bombeamento atual.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) enviou no dia 29 um documento com 39 reivindicações para os órgãos ligados à gestão de recursos hídricos do governo federal e dos governos de São Paulo e Minas Gerais. Um dos pontos principais do texto é a redução do consumo de água dos abastecidos pelo Cantareira.
A diminuição pode ocorrer a partir de campanhas, como a que está sendo feita pela Sabesp, que oferece descontos aos usuários que consumirem menos água. ;A gente já está com pouca água reservada. Então, essa água tem que ser muito bem administrada;, enfatiza o coordenador de Projetos do consórcio, Guilherme Valarini. De acordo com ele, para garantir a segurança hídrica da região, o consumo de água teria de cair até 50% nos próximos meses.
A decretação de estado de calamidade pública nos municípios afetados é outra medida defendida pelo consórcio. ;Porque a gente está com pouquíssima água reservada e há necessidade de virem mais recursos para auxiliar os municípios a enfrentar esse período de estiagem;, destacou Valarini.
Também são reivindicadas ações para melhorar o sistema de reservatórios a médio e longo prazos, como o desassoreamento dos corpos d; água. Outras medidas nesse sentido são a criação de incentivos para aproveitamento da água da chuva, a redução das perdas no sistema de distribuição e a aceleração das obras de novos reservatórios.