postado em 05/05/2014 17:49
A 38 dias para o início da Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que não vê demora na organização de festas comunitárias pelo país. Segundo o ministro, ainda está cedo para avaliar se a expectativa da população em torno do mundial, pois, para ele, ;o clima da Copa; começa com a chegada das seleções ao Brasil. Tradicionalmente, moradores e comerciantes decoram as ruas para assistir aos jogos e torcer pela seleção brasileira.
;Nas outras Copas do Mundo, não via uma antecipação tão grande dessas manifestações populares a favor da Copa ou da seleção. Isso vem naturalmente, pode demorar um pouco mais, mas vem", disse Rebelo.
As declarações do ministro foram dadas no Simpósio Copa 2014 ; Niterói Pensando o Futebol, a poucos quilômetros da Travessa Santa Clara, onde a torcida já está pronta. O responsável pela ornamentação da rua, Paulo Noel Viana, conta que essa é prática desde a copa de 1978. Desta vez, ele e os demais moradores contaram com apoio da empresa Google, que doou parte das tintas usadas para decorar o local.
;Eles nos deram até as bandeirinhas, mas nós não quisemos. Fizemos as nossas, como todos os anos. Minha esposa corta, a gente compra o rolo de plástico e nós penduramos;, contou, ressaltando que, na travessa, a decoração é uma oportunidade de os moradores se reunirem.
Já na capital fluminense, na Rua Jorge Rudge, em Vila Isabel, o que se vê são antigos enfeites e panfletos de protestos afixados nos muros pintados para Copas passadas. São frases contra as remoções de comunidades e contra a violência policial, por exemplo. No bairro, bem próximo ao Maracanã, estádio que receberá sete partidas do mundial, os moradores estão desmotivados.
;Todos os anos, em todas as Copas, (a rua) sempre foi enfeitada, sempre participou de concursos e ganhou vários de rua mais enfeitada;, relembra Simone Siciliano. ;Desta vez, não sei se as pessoas estão desanimadas ou com medo da violência por causa dessas coisas, do pessoal que fica falando que não vai ter Copa. Acho que é isso;, justificou a comerciante.
Morador de Vila Isabel há mais de duas décadas, Jarbas Costa também disse que a sensação de violência atrapalha a preparação da torcida. ;Como vamos fazer o pedágio (de carros e transeuntes) para pedir dinheiro? Vão achar que é assaltado, tacar bomba;, disse o morador da Jorge Rudge. Para Jorge, a saída de importantes empresas da rua também dificultou a arrecadação de recursos. ;A essa época, nos outros anos, já estava tudo pronto;.