postado em 14/05/2014 17:11
A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) e a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro informaram nesta quarta-feira (14/5), por meio das assessorias de imprensa, que as faltas não justificadas dos professores serão descontadas nos salários. A categoria entrou em greve na última segunda-feira (12/5).A decisão das secretarias se deu após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter suspendido, ontem (13), o acordo que encerrou a greve dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro, no ano passado. Em decorrência daquele acordo, o governo do estado e a prefeitura carioca se comprometeram a não cortar o ponto nem a penalizar os professores grevistas, desde que eles voltassem à atividade e repusessem as aulas.
[SAIBAMAIS]Durante a audiência, que contou com representantes da prefeitura e do governo estadual, o STF afirmou que os acordo firmados no ano passado com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) estão sendo cumpridos. O ministro Luiz Fux acusou o sindicato de não ter interesse em cessar a greve e determinou que as obrigações contidas naquele acordo estavam suspensas, bem como seus efeitos, até que ocorra a greve seja finalizada.
O Sepe afirma que o acordo não estava sendo cumprido e acrescenta que a greve atual apresenta novas demandas. ;Em nossa campanha salarial de 2014, queremos um aumento salarial de 20% para todos os trabalhadores da educação das redes municipal e estadual, a discussão do nosso plano de carreira unificado e diversas outras questões relacionadas às condições de trabalho;, disse diretora do sindicato, Wiria Alcântara. Ela ressaltou que os governos não quiseram abrir negociações, nos meses antes do anúncio da greve. ;Mandamos ofício falando da negociação e não obtivemos resposta;, completou.
Sobre a audiência no STF, a diretora explica que o sindicato decidiu não ir à Brasília sem a aprovação da categoria em assembleia. ;Fomos notificados na véspera da audiência, à noite, e a reunião foi em Brasília às 10h;, disse. ;Além disso, a audiência em Brasília só faria sentido se houvesse se esgotado a etapa de negociação, mas sequer tivemos esta etapa com os governos;, declarou Alcântara.
Nesta quinta-feira (15), a partir das 11 horas, os professores votarão, em assembleia, se a greve continuará ou não.
Os professores do estado reivindicam mudanças no currículo escolar, reajuste de 20% nos salários, redução da jornada semanal de trabalho dos funcionários administrativos para 30 horas e reserva de um terço da carga horária para preparar aula. A Secretaria Estadual de Educação diz que a Secretaria de Educação está em negociação com o sindicato e que já cumpre esta última demanda. Argumenta, ainda, que não pode reduzir jornada de trabalho sem diminuir salários e que planeja um aumento de cerca de 8%. A rede estadual do Rio paga, atualmente, R$ 16,90 pela hora-aula do professor.
Segundo as assessorias de imprensa das secretarias de Educação, o terceiro dia de greve dos professores não afetou significativamente o funcionamento das escolas. Os órgãos informaram que as faltas foram pontuais, provocadas, sobretudo, pela greve dos rodoviários, iniciada ontem. O Sepe discorda e defende que a adesão dos profissionais tem crescido, tanto na capital quanto em cidades importantes, como Duque de Caxias, Nilópolis e Niterói.
Ontem, a Agência Brasil mostrou que, enquanto a Seeduc calcula que cerca de 0,3% da categoria, ou seja, 269 profissionais, aderiram à greve, a assessoria de imprensa do sindicato afirma que a greve conta com adesão de, pelo menos, 30% do total dos profissionais, o que equivale a cerca de 27 mil professores do estado.