Brasil

Cotas e programas sociais melhoraram a vida de negros no Brasil, diz ONU

O diretor da ONU afirmou que os programas de transferência de renda e a melhoria dos níveis de escolaridade provocaram impacto

postado em 14/05/2014 21:47
O sistema de cotas em universidades e os programas sociais melhoraram a vida da população negra no Brasil, mas ainda há muito o que fazer até que a sociedade seja igualitária. A avaliação é do diretor do Centro de Informação da Organização das Nações Unidas (ONU), Giancarlo Summa, que participou da inauguração da exposição Forever Free ; Livres para sempre, hoje (14), no Museu da Justiça do Rio de Janeiro.

;Os indicadores estão vagarosamente melhorando, mas ainda há muito a ser feito. É importante que haja um consenso na sociedade brasileira sobre a importância de ter políticas ativas para diminuir o peso desse passado;, disse. Summa destacou a necessidade de políticas que garantam maior acesso dessa população ao mercado de trabalho.

O diretor da ONU afirmou que os programas de transferência de renda e a melhoria dos níveis de escolaridade provocaram impacto. ;Como eles representam uma parcela muito grande do estágio mais baixo da pirâmide social, tudo que foi feito acabou tendo um impacto bom para os negros. Aumentou a escolaridade e o analfabetismo, entre os mais jovens, foi praticamente eliminado no país. Isso fez com que, pela primeira vez, a faixa dos jovens da população afrodescendente esteja escolarizada no Brasil;, analisou, pontuando que há ;uma dívida com os mais velhos;.

A exposição Forever Free ; Livres para sempre trata da história do tráfico de escravos no mundo e apresenta documentos históricos, como processos em que ex-escravos pedem a reparação de seus antigos donos; documentos referentes à libertação de escravos no Brasil, entre 1838 e 1886; e objetos do século XIX pertencentes ao Museu do Negro, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.

Durante a abertura da exposição, Giancarlo Summa citou que o tráfego transatlântico de escravos foi um dos grandes crimes cometidos pela humanidade, cujas consequências são sentidas ainda hoje. ;A população afrodescendente, não só nas Américas, sofre de preconceitos e condições de vida piores, com discriminação, racismo e violência;, disse.

Uma parceria da ONU com o Museu da Justiça, órgão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a mostra, gratuita, faz parte das atividades de lançamento, pelas Nações Unidas, da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), e poderá ser visitada até dezembro.

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