Felipe Castanheira
postado em 15/05/2014 13:55
A cidade de Recife sofre uma onda de violência durante a greve dos Policiais Militares e do Corpo de Bombeiros. Durante a madrugada desta quinta-feira, foram registrados oito assassinatos na Região Metropolitana, número muito acima da média da cidade. Assaltos e depredações também ocorreram em vários pontos. Durante a manhã, um supermercado chegou a fechar as portas para evitar que quatro assaltantes armados entrassem no estabelecimento, após terem assaltado dois quiosques em frente ao estabelecimento. Uma loja de eletrodomésticos também foi alvo de criminosos. Ao abrir, um grupo armado rendeu os funcionários do comércio e levou os produtos das vitrines, além dos pertences dos trabalhadores.
[SAIBAMAIS]Uma série de arrombamentos também foram registrados em pequenas lojas da periferia da cidade. O centro da cidade amanheceu como palco de guerra e os comerciantes contabilizam prejuízos. No Bairro Paulista, uma tentativa de roubo terminou em tiroteio, depois que os seguranças armados de uma loja atiraram contra os criminosos.
Lojas de calçados, bebidas e eletrodomésticos também foram saqueadas. Muita gente circulava carregando geladeiras, fogões, televisões e computadores. A prefeitura de Abreu e Lima, Na Região Metropolitana do Recife, decretou ponto facultativo nesta quinta-feira, o que foi seguido pela prefeitura do também município metropolitano de Paulista.
Greve ilegal
O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou a ilegalidade da greve dos bombeiros e policiais militares do Estado e determinou o imediato retorno dos grevistas sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A primeira tropa da Força Nacional de Segurança Pública chegou ao estado por volta das 5h30 desta quinta-feira, 15, e deve iniciar o policiamento dos principais corredores da capital e Região Metropolitana por volta das 10 horas. O governo pernambucano também mobilizou a polícia civil para reforçar a segurança durante o protesto.
Às 11h30 desta quinta-feira, os bombeiros e policiais militares iniciaram uma marcha com a participação de cerca de dois mil grevistas. A paralisação e a manifestação foram mantidas pela categoria, apesar da declaração da ilegalidade do movimento.
Os militares, que já têm 14,55% de aumento garantidos por um acordo de 2012 a ser creditado no próximo mês, exigem 50% a mais no salário dos soldados e 30% para os oficiais. Além disso, também seria avaliado o acréscimo no salário base para ativos e inativos sobre o risco de vida. De acordo com o governo do estado, por ser época de eleições, nenhum reajuste é permitido.