Brasil

Paralisação de motoristas causa protestos em terminais de Goiânia

Oito pessoas foram detidas por atos de vandalismo em três ônibus

postado em 16/05/2014 11:35
Uma paralisação por parte dos motoristas de ônibus de Goiânia causou protestos nos terminais da cidade na manhã desta sexta-feira (16/5). Oito pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia por vandalismo contra três ônibus. Desde a madrugada, os policiais militares estão nos terminais para reforçar a segurança.

Com o início da confusão, às 8h30, PMs usaram gás de pimenta para conter os manifestantes. Quatro pessoas foram presas no Terminal Bandeira, que foi totalmente fechado após os atos de vandalismo. Outros quatro no Condomínio Aparecida de Goiânia. Ao menos, 15 ônibus convencionais foram depredados, segundo levantamento preliminar do Consórcio RMTC, responsável por gerir a operação integrada do sistema de transporte coletivo na região metropolitana da capital goiana. Não há registro de feridos.

De acordo com o consórcio, o grupo descontente impediu a saída de ônibus da garagem de uma empresa. A ação afetou várias linhas de ônibus, principalmente na região sul de Goiânia. Com o atraso, alguns passageiros se irritaram e, junto com alguns rodoviários e com outras pessoas que apoiam as manifestações, começaram a depredar ônibus e as instalações de alguns terminais.

Segundo o consórcio, as linhas que passam pelos terminais Araguaia, Bandeiras, Cruzeiro, Garavelo, Veiga Jardim e Vila Brasília foram as mais afetadas. O trânsito de veículos chegou a ser interrompido em parte do Eixo Anhanguera, mas foi normalizado por volta das 11h30. No local, funciona o sistema expresso de ônibus biarticulado operado pela Metrobus. Em média, cerca de 250 mil pessoas utilizam o sistema em dias úteis.



Segundo o porta-voz da Polícia Militar de Goiânia, Divino Alves, a paralisação ocorreu após divergências entre os sindicatos dos rodoviários da cidade. O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) não aprova o acordo feito pelo Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Passageiros de Goiânia (Setransp) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte), representante legal dos motoristas, que concedeu um aumento de 7% ao salário dos funcionários.

Também houve reajuste de 16% no valor do tíquete-alimentação; 7% a título de gratificação suplementar e manutenção do anuênio, acréscimo salarial de 3% que cada trabalhador recebe por ano de trabalho. Com o aumento, o salário base da categoria passou de R$ 1.445,14 para R$ 1.546,30.

Em nota, o Sindittransporte defendeu o acordo, garantindo que a reposição salarial ficou acima da inflação medida no último período (5,39%). ;O acordo representa um grande avanço para os trabalhadores do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana e está em conformidade com a média dos reajustes de outras categorias de trabalhadores em âmbito nacional;.

O Sindittransporte, sindicato que representa os cerca de 4,5 mil motoristas, cobradores, mecânicos e rodoviários da região metropolitana, informou não ter responsabilidade pelos protestos. Em nota divulgada nessa quinta-feira (15/5), a entidade afirma que ;a tentativa fracassada de paralisação não é de responsabilidade do Sindittransporte, nem da categoria de trabalhadores, mas sim do Sindcoletivo, um pequeno grupo que não visa o bem-estar da categoria e sim à baderna;. De acordo com a assessoria do Sindittransporte, o grupo de insatisfeitos tem menos de 40 rodoviários. O sindicato orientou a categoria a não reagir a provocações e nem tentem furar eventuais bloqueios.

O porta-voz explicou que com o atraso na saída dos ônibus ocorre o efeito cascata, no entanto, o trânsito segue normalmente.

(Com informações da Agência Brasil)

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