postado em 19/05/2014 12:38
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira (19/5) que os ganhos da Copa do Mundo para o setor de segurança pública vai além de equipamentos, abrangendo também uma ;cultura de integração;, que considerou o grande legado da competição para o setor. De acordo com ele, devido a disputas corporativas, as ações integradas sempre tiveram a implantação dificultada no país. Por isso, garantiu que ;a segurança pública, depois da Copa do Mundo, não será a mesma; no Brasil.
;Não que todos os problemas sejam resolvidos, mas porque estamos criando a cultura da integração, como se espera de um país como o nosso tenha, dentro das suas estruturas federativas;, disse o ministro. Segundo ele, um dos problemas da segurança pública é a falta de integração das forças policiais. ;Falta integração em alguns estados entre Polícia Militar e Polícia Civil, que não se entendem e têm disputas corporativas. Quando se entendem, não se entendem com Ministério Público, muitas vezes por uma disputa de papéis;, acrescentou Cardozo, que fez as análises ao participar da abertura do Encontro Nacional para Chefes de Organismos de Inteligência.
O ministro lembrou que, no próprio âmbito federal, o país há muito vive ;uma dissintonia profunda; entre atuações de polícias do próprio Ministério da Justiça. ;Nem sempre a Polícia Federal se entende com Polícia Rodoviária Federal. E às vezes, ambas têm processo de disputa com a Força Nacional de Segurança Pública. E todas elas [essas entidades ligadas à segurança], às vezes, têm disputas corporativas com as Forças Armadas. Essa situação é perversa e péssima para o país;, definiu.
[SAIBAMAIS]Cardozo explicou que a Copa está impondo um novo relacionamento entre os diversos setores da segurança pública. ;É uma oportunidade histórica de convivermos. Toda nossa política foi baseada nessa integração;. Ele lembrou que, em cada cidade-sede, foi criado um centro de controle equipado com instrumentos de última geração, justamente para que todos fiquem juntos nos processos de tomada de decisão.
Segundo o ministro, o diferencial entre uma boa e uma má polícia é, em primeiro lugar, ter um quadro de pessoas solidamente formando profissionalmente. Em segundo, uma boa gestão do órgão para aplicação de recursos financeiros. ;Mas não haverá uma boa polícia se não tivermos um bom serviço de inteligência que tenha papel fundamental no enfrentamento a delitos e organizações criminosas;.
No encontro, que prossegue até amanhã, em Brasília, estão sendo feito debates entre as instituições de inteligência para apresentação de propostas sobre o papel dos órgãos de inteligência nos grandes eventos. Além de discutir questões ligadas à integração de organismos de inteligência e de segurança pública de todas as unidades da Federação, o evento servirá para a apresentação da edição revisada da Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública. Participam do evento 95 representantes de organismos de inteligências de todo país.